Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, Domingos Fabela, indicou que um dos motivos da recusa tem a ver com a necessidade de as corporações se concentrarem no seu território.
"Vamos ter um aumento do tráfego com a entrada, nomeadamente dos nossos vizinhos espanhóis, nesta faixa transfronteiriça. Por isso, temos que estar mais vigilantes e disponibilizar mais meios", referiu o responsável.
Segundo o presidente desta federação, as corporações enfrentam muitas dificuldades, em termos de recursos humanos, para dar respostas às solicitações que já têm e não querem "descurar nem criar fragilidades" na região.
"Temos também dificuldades nos meios, porque, cada vez mais, as associações se confrontam com dificuldades para recrutar bombeiros e bombeiras para os seus quadros, na medida em que é uma profissão que atualmente não é nada aliciante", sublinhou.
Outra das razões, adiantou, está relacionada com "o contacto feito tardiamente" com os bombeiros para integrarem o dispositivo, o que "não permitiu uma articulação e um planeamento" que as deixassem "minimamente tranquilos".
Domingos Fabela referiu-se ainda aos valores pagos às corporações pela disponibilização de ambulâncias e efetivos para a JMJ.
"Quando se fala em 10 euros por uma ambulância e em 2,67 euros por um bombeiro, é manifestamente insuficiente e é uma forma de tratar os bombeiros, na minha ótica, que não os dignifica nada", acrescentou.
Esta tomada de posição foi enviada ao ministro da Administração Interna, ao presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, aos comandantes regional e sub-regional e à Liga dos Bombeiros Portugueses.
A decisão foi tomada pelas corporações de bombeiros de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.
O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.
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