O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, reagiu, esta sexta-feira, à entrada do artista Bordalo II no Parque Tejo, onde se vai realizar a Jornada Mundial da Juventude, e estendeu um tapete ilustrado em forma de protesto.
"Não se trata de nenhuma falha de segurança. É muito importante não confundir", disse, em declarações aos jornalistas, sublinhando a importância de se veicular uma informação "rigorosa".
"A informação que tenho do Sistema de Segurança Interna é a de que ainda estão a decorrer obras no local, os vários empreiteiros encontram-se a prestar os serviços", referiu, sublinhando que a guarda e responsabilidade pelo local estava a cargo da Câmara Municipal de Lisboa.
"A segurança privada é quem garante o apoio aos trabalhos que estão em curso", apontou ainda, dizendo que ainda esta sexta-feira há "centenas de cidadãos a circularem junto ao Tejo - até que as medidas de segurança sejam impostas, quando as obras terminarem".
Entretanto, numa nota enviada à comunicação social, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interno, Paulo Vizeu Pinheiro, esclareceu que "a área em causa é da responsabilidade da PSP [Polícia de Segurança Pública]", mas, por "decorrerem trabalhos de construção na zona do palco, o espaço ainda não é considerado um espaço público, sendo responsabilidade do empreiteiro da obra, bem como da empresa privada contratada para o serviço de segurança".
"Nesta fase, o fluxo de construção obriga à entrada e saída de muitos funcionários nas diferentes áreas do recinto", explicou Paulo Vizeu Pinheiro na nota, destacando que "o plano setorial de segurança do Parque Tejo só será colocado em vigor a partir do momento em que a obra esteja concluída".
Ainda de acordo com a nota, "antes dos eventos e logo após implementação do plano setorial de segurança, será efetuada uma vistoria aos recintos por parte da PSP e que os mesmos só serão abertos após confirmação de que reúnem as necessárias condições de segurança".
"O SSI encontra-se a acompanhar de perto a situação e a articular com a PSP as medidas necessárias a acautelar a segurança do recinto", acrescentou.
As reações surgem depois de o artista publicar nas redes sociais um vídeo no qual se vê que entrou no Parque Tejo e foi até ao altar-palco, onde estendeu um tapete ilustrado com notas de 500 euros. "Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana. Habemus Pasta", escreveu o artista na publicação no Instagram.
Veja o vídeo abaixo:
Ver esta publicação no Instagram
[Notícia atualizada às 17h46]
Leia Também: JMJ? Bordalo II estende "passadeira da vergonha" e critica milhões gastos