Os manifestantes juntaram-se pelas 13:00 junto ao tribunal e estão também inconformados por, provavelmente, não haver lugares suficientes para estarem presentes na sala de audiência onde será lida a decisão instrutória que determinará se o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, e os restantes arguidos vão a julgamento.
Os lesados vêm de várias pontos do país, nomeadamente Guimarães, segundo relataram à Lusa no local.
O forte contingente policial presente no Campus de Justiça, tentou colocar os lesados a uma maior distância da entrada do tribunal, mas estes, cerca das 14:00, ainda persistiam em continuar diante da porta principal do tribunal.
O juiz Pedro Santos Correia decide hoje se os 25 arguidos no processo BES/GES vão a julgamento, estando a leitura da decisão instrutória agendada para se iniciar às 14:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal.
A decisão esteve agendada para 14 de julho, mas foi adiada para hoje, por ainda não estar concluída, adiantou o juiz de instrução em despacho a que a Lusa teve acesso.
O debate instrutório do processo também conhecido por "Universo Espírito Santo" decorreu entre os dias 02 e 09 de maio no tribunal de Monsanto (Lisboa).
A decisão instrutória do juiz Pedro Santos Correia vai determinar se os 25 arguidos vão ou não responder em tribunal e por que crimes.
No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado. Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.
Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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