JMJ. Papa vai percorrer mural de 3,5km e pintar o último traço em Cascais

Um mural de 3,5 quilómetros, pintado por 3.000 pessoas, estará erguido ao longo do percurso que o Papa vai percorrer na quinta-feira em Cascais até chegar à Scholas Occurrentes, onde Francisco dará a última pincelada na obra.

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© Reprodução - Facebook Câmara Municipal de Cascais

Lusa
02/08/2023 18:58 ‧ 02/08/2023 por Lusa

País

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"O Papa vai fazer um último traço no mural", intitulado "A vida entre os mundos", disse à Lusa Francisco Martin, diretor em Portugal da Scholas Occurrentes, organização criada em 2001 pelo então arcebispo de Buenos Aires e que o Papa Francisco visita na quinta-feira de manhã.

No local, o Papa terá um encontro com cerca de 50 jovens da Scholas, representantes da instituição em todo o mundo, mas o diretor da instituição espera que a comunidade possa ver o mural, assistir à chegada do Papa e "talvez ver e cumprimentar" Francisco.

Criado ao longo dos últimos três meses por mais de 3.000 pessoas de mais de 100 organizações em Cascais, incluindo crianças, jovens, idosos, reclusos, pessoas com deficiência, entre outros, o mural resultou de um projeto idealizado pelos jovens do Scholas Portugal, que assim quiseram "chamar todos, para que ninguém ficasse de fora".

Cada um dos pedaços do mural tem 10 metros e foi concretizado nos mais de 300 encontros em que cinco a dez participantes eram desafiados a falar sobre si próprios, as suas vidas e os seus sonhos, para "pensar numa utopia comum", contou Francisco Martin.

Com recurso a mais de 1.500 litros de tinta e 12.000 pincéis, num processo que demorou mais de 500 horas de pintura, os participantes pintaram um colorido mural que está hoje a ser erguido ao longo do caminho que Francisco percorrerá até chegar à sede da Scholas.

A instituição foi criada em Buenos Aires há 22 anos por Jorge Bergoglio, então arcebispo da cidade, que "intuiu que a Educação e a vida dos jovens estavam separadas uma da outra", disse o diretor da Scholas Portugal.

O Papa chamou então diretores de escolas - públicas, privadas, católicas e de outras religiões -- para que ouvissem os jovens e criassem uma resposta educativa criativa, dando-lhes espaço para que criassem uma mudança real.

O resultado é uma escola de cidadania em que os jovens falam sobre os problemas que os preocupam e criam projetos.

A Portugal, o projeto chegou em 2018, com a participação de 200 jovens oriundos de várias escolas públicas e privadas de Cascais, que representavam diferentes classes sociais e realidades económicas, bem como diferentes religiões.

Os temas escolhidos pelos jovens da Scholas Portugal têm sido sobretudo educação, saúde mental, violência e abuso sexual e os projetos criados até hoje envolvem, entre outros, uma horta comunitária e uma escola de surf para trabalhar com jovens de bairros sociais, contou Francisco Martin.

Francisco chegou hoje a Portugal e fica até domingo, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a maior parte das atividades a decorrem em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures).

O Papa deslocar-se-á também a Fátima, no sábado, onde ficará cerca de duas horas, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para esta JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.

Leia Também: JMJ. Papa pede que vítimas de abusos sejam acolhidas e ouvidas

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