No Sistema de Segurança Interna (SSI) funciona o Centro de Coordenação e Controlo Estratégico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece esta semana na capital portuguesa.
Na sala de situação está montado um verdadeiro 'big brother' que recebe informações em tempo real e em detalhe de tudo o que se está a passar em diferentes locais de Lisboa, Fátima e nas fronteiras terrestres.
Nesta sala estão representadas 12 entidades das forças e serviços de segurança, Forças Armadas, emergência médica e proteção civil, que está na sua "capacidade máxima" entre as 07:00 e as 24:00, com cerca de 40 pessoas, e funciona durante a madrugada em regime de piquete.
A Lusa fez hoje à tarde uma visita ao Centro de Coordenação e Controlo Estratégico da JMJ, em que o secretário-geral do SSI, Paulo Vizeu Pinheiro, destacou a "mega-operação" de segurança sem precedentes realizada em Portugal.
Neste local está em contacto direto com as salas de situações da PSP e da GNR, bem como com os postos de comando táticos montados pelas diferentes entidades nos principais teatros de operações da JMJ, designadamente Parque Eduardo VII, Parque Tejo, Passeio Marítimo de Algés e Fátima.
Para a polícia conseguir gerir melhor as movimentações dos milhares de peregrinos chegam ao SSI "de 15 em 15 minutos" o número de portugueses e estrangeiros que estão numa determinada zona, uma informação fornecida pelas operadoras de telemóveis.
O SSI esclareceu que os dados que chegam são anónimos, servindo apenas como "um instrumento de gestão dos fluxos de peregrinos".
Segundo o SSI, cerca de 40.000 pessoas estiveram hoje de manhã em Belém quando o Papa Francisco esteve nesta zona.
Também recebem em tempo real imagens das principais ruas e estradas e dos 'drones' das forças de segurança, bem como o sinal da rede SIRESP dos terminais de rádio da PSP, GNR, INEM e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Nas instalações do SSI funciona também por estes dias da JMJ e da visita do Papa a Portugal o Centro de Informações e Cooperação Policial Internacional, onde se cruza informação das polícias e dos serviços secretos.
Segundo o SSI, o modelo de sala e ferramentas utilizadas para a JMJ foram desenvolvidos ao longo do último ano e meio e basearam-se nas lições aprendidas em três exercícios em que foram testados "todos os cenários possíveis".
Queda de estruturas, pessoas presas em acessos, incidentes em transportes, nomeadamente comboios, ameaça de bomba e saturação de comunicações telefónicas foram alguns dos cenários testados para a JMJ, que reúne em Lisboa até domingo milhares de peregrinos de todo o mundo.
O plano global de segurança para a JMJ contou com outros 14 planos setoriais de diferentes entidades, como PSP, GNR, INEM, ANEPC, Forças Armadas, Polícia Judiciária e SEF.
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