"Viva o Papa". Francisco levou hoje esperança ao bairro da Serafina
A esperança entrou hoje na Serafina, em Lisboa, com a visita de Francisco ao centro social do bairro, onde foi recebido com emoção e aplausos de centenas de pessoas.
© Reuters
País Lisboa
Pouco antes das 08h30, hora a que encerravam as portas para as pessoas entrarem, Rui Faria chegou ao Centro Social Paroquial de São Vicente de Paulo.
Esperava sobretudo conseguir ver o Papa Francisco, mas levava a esperança que a visita àquele bairro dê alento aos moradores e às associações que trabalham na zona.
"Sei que a situação no bairro não está assim tão bem e o Papa vir cá deixa as pessoas muito emocionadas", disse o jovem escuteiro à agência Lusa.
No exterior do centro social, algumas centenas de fieis que não conseguiram entrar aguardavam, ainda assim, a chegada do Papa. Alguns eram moradores do bairro, outros foram até lá para tentar ver Francisco.
"Pus uma semana de férias para ver o Papa. Hoje vim da Amora (concelho do Seixal, distrito de Setúbal) de propósito", contou Ana Isabel, que já na quinta-feira tinha estado no Parque Eduardo VII a assistir à cerimónia de Acolhimento.
Residente na Serafina, Cecília Fernandes disse que a visita do Papa Francisco é "uma novidade para o bairro", que deixou as pessoas contentes.
"É bom para todos os moradores. É uma glória para o padre Francisco Crespo [responsável pelo centro], que fez muito pelo nosso bairro. Se não fosse ele, seria uma miséria", frisou.
Minutos antes da chegada de Francisco ao bairro, a polícia autorizou a aproximação das pessoas que aguardavam o Papa, o que gerou satisfação dos populares e aplausos às autoridades.
A espera por Francisco foi longa para a passagem breve do Papa, que chegou pelas 09h45. Até entrar no auditório do centro social, foi recebido ao som do hino da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), tocado por uma banda filarmónica, e de efusivos aplausos de dezenas de pessoas, que gritavam "Viva o Papa".
A outras, visivelmente emocionadas e com lágrimas nos olhos, parecia faltar-lhes a voz ao verem, pela primeira vez, o líder da Igreja Católica, que deixou o local às 10:30, depois de ter estado também na Igreja do centro paroquial.
No interior do centro social, Francisco ouviu os testemunhos das associações Ajuda de Berço e Acreditar, que apoiam crianças e jovens em situação de fragilidade. Antes de sair, fez questão de cumprimentar todas as crianças.
"A vida desta gente melhorou, mas há ainda tanto que fazer", disse diretamente ao líder da Igreja Católica o pároco da Serafina e responsável do centro social, Francisco Crespo, recordando quando chegou à paróquia e encontrou "tanta manifestação de pobreza, mas sobretudo o olhar triste e vazio dos idosos sentados nas ruas".
A visita foi também acompanhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e pela ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
À saída, em breves declarações aos jornalistas, o Presidente da República alertou que "vai ser preciso mais dinheiro para apoiar as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)", frisando que o "Estado tem um papel fundamental" nessa matéria.
Questionado se acha que o Papa Francisco quis alertar o poder político para essa questão, Marcelo respondeu: "O Papa está sempre atento a isso, mas todos devemos estar".
Em declarações aos jornalistas, Carlos Moedas manifestou-se muito satisfeito com a visita e disse estar consciente dos problemas do bairro.
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