PM de São Tomé rejeita críticas do MNE são-tomense a Portugal e Angola
O primeiro-ministro são-tomense disse hoje que as críticas do ministro dos Negócios Estrangeiros a Portugal e Angola sobre ensino do português na Guiné Equatorial não refletem a posição do Governo, e promete para breve a resposta à demissão do governante.
© Reuters
País São Tomé e Príncipe
"Falei com o ministro, avaliámos a situação, já tenho a minha decisão, mas eu espero o regresso também do Presidente [da República] para falar com ele e para depois anunciar a decisão e qual vai ser a saída", disse hoje Patrice Trovoada, no Aeroporto Internacional de São Tomé, antes de viajar para uma visita oficial de 24 horas à República Democrática do Congo.
"De uma maneira muito clara eu quero dizer que as palavras do ministro não refletem a posição do Governo, o sentimento do Governo, a apreciação do Governo, por isso mesmo é que o ministro reconheceu que esse desabafo, que tem de ser enquadrado num contexto particular, causou inconforto, talvez danos e não estava alinhado com a posição do Governo", sublinhou o primeiro-ministro.
Neste sentido, Patrice Trovoada considerou que Alberto Pereira "teve uma atitude bastante responsável, digna e corajosa em apresentar a sua demissão".
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros são-tomense demitiu-se do cargo após declarações polémicas em que considerou que Portugal e Angola não têm prestado ajuda suficiente ao ensino do português na Guiné Equatorial.
"Por ter consciência da gravidade da situação e assumindo as minhas responsabilidades, decidi remeter ainda hoje uma carta a sua excelência, o senhor primeiro-ministro e chefe do Governo, colocando o meu lugar a disposição", declarou Alberto Pereira, em comunicado de imprensa.
"Neste sentido, espero salvaguardar a minha imagem, a imagem do Governo e sobretudo a imagem do nosso país. Caberá a sua excelência o primeiro-ministro e chefe do Governo a decisão final", acrescentou o chefe da diplomacia são-tomense.
Alberto Pereira havia considerado que países como Portugal e Angola não têm prestado ajuda suficiente ao ensino do português na Guiné Equatorial, país mais recente da comunidade lusófona, e, pelo contrário, "só criticam".
O ministro falava na receção de cerca de 30 quadros da Guiné Equatorial que vão aprender português e realizar estágios em várias áreas em São Tomé e ajudar na organização da XIV cimeira dos chefes de Estado e dos Governo da Comunidade dos Estados de Língua Portuguesa, que se realizará na capital são-tomense, em 27 de agosto.
Em comunicado de imprensa, Alberto Pereira, considerou que "houve aproveitamento da parte de conteúdos" das suas declarações, "havendo sido [re] produzidas de maneira descontextualizada aos seus propósitos".
Esta deverá ser a primeira demissão no Governo de Patrice Trovoada, em funções desde novembro do ano passado.
A demissão do chefe da diplomacia são-tomense acontece a um mês da realização da XIV cimeira dos Chefes de Estados e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Português (CPLP), quando São Tomé e Príncipe vai assumir a presidência da organização.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
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