"Não sei onde estão". Líder do Pineal diz que família foi "levada"
O líder da seita, que se identifica como Água Akbal Pinheiro, foi constituído arguido.
© Reprodução - Instagram @pinealfoundation
País Reino do Pineal
O líder e fundador da seita do Reino do Pineal, baseada em Oliveira do Hospital, disse num vídeo publicado no Youtube que a polícia encaminhou a sua mulher e a filha para uma casa-abrigo, alegando que a polícia lhe "levou" a família para parte incerta.
No vídeo, o britânico Martin Junior Kenny, que se identifica como Água Akbal Pinheiro, explicou que a mulher e a filha ficaram ao cuidado da Polícia Judiciária e a Proteção de Menores, depois das buscas realizadas na herdade onde o grupo se encontra instalado, a cerca de 20 quilómetros de Oliveira do Hospital.
"Não sei da minha mulher e filha, não sei onde estão, como estão, nem quando voltam. Mas não é uma coincidência que as tenham levado", afirmou o líder da Seita no vídeo, acrescentando que não permitirá que a filha seja registada pelo Estado. "Exijo saber quando é que elas serão libertadas", disse.
Água Akbal Pinheiro acredita ainda que há uma "coincidência" entre as buscas e a chegada do Papa Francisco a Portugal, assumindo o protagonismo de uma alegada conspiração contra a seita.
"Tivemos uma grande lua cheia, muito significante nos eventos astrológicos. Não é coincidência que o chamado Papa tenha chegado a Portugal na segunda-feira na manhã, na mesma altura em que o Reino foi atacado por várias entidades. Não é coincidência que tenha sido durante um evento astral como este", disse.
Há cinco crianças no Reino do Pineal, três delas ainda bebés. As autoridades realizaram uma grande operação de buscas à herdade do grupo que se autodefine como autónomo do Estado, depois de, em abril de 2022, um menino de 14 anos ter morrido por falta de cuidados médicos. O caso ganhou uma maior dimensão depois da revista Visão ter avançado, há cerca de um mês, com uma reportagem sobre a seita e sobre a morte do rapaz.
Segundo o Expresso, o líder da seita foi também constituído arguido pelas autoridades, assim como a sua companheira, por crimes relacionados com a morte da criança no ano passado (sendo que a criança terá sido cremada pela própria comunidade). A Polícia Judiciária está também a investigar possíveis crimes de homicídio por negligência ou omissão, exposição a perigo ou abandono e - por causa da cremação ilegal do bebé - de profanação de cadáver.
No mesmo vídeo onde relata a intervenção das autoridades na sua família, Água Akbal Pinheiro admite ainda a presença de droga na herdade do grupo, esclarecendo que as autoridades "não encontraram armas, só facas de cozinha", e drogas só "as plantas que cultivamos, como marijuana e cogumelos psicadélicos, que usamos nas cerimónias espirituais para a nossa cultura". "Não temos nada a esconder", reiterou.
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