Foi em conferência de imprensa conjunta com Marcelo Rebelo de Sousa, no palácio presidencial ucraniano, que Volodymyr Zelensky reagiu publicamente pela primeira vez à presumível morte de Yevgeny Prigozhin, o líder do Grupo Wagner: "Claro que é uma coisa boa para a Ucrânia. Não temos nada a ver com isso, sabemos quem foi", apontou o presidente da Ucrânia.
E, no humor a que por vezes recorre, brincou com o assunto: "Quando eu pedi apoio aéreo aos parceiros não era isto que tinha pensado."
Neste que foi um dos pontos altos do segundo dia da visita do Presidente da República portuguesa à Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa salientou o apoio à causa de Kyiv, nomeadamente no que à adesão à União Europeia diz respeito: "O poder político em Portugal democraticamente legitimado quer que, no futuro, a Ucrânia faça parte da família europeia [...]."
"Portugal também tem sido claro ao dizer que isso envolve duas partes: o caminho que a Ucrânia está a fazer com muito mérito de preparação para esse momento, mas também o caminho que a UE tem de fazer de preparação para esse momento", sustentou ainda.
Na ótica do chefe de Estado português, a integração na UE da Ucrânia "é um caminho de duas partes" e da parte de Portugal "não há um duplo jogo".
O Presidente da República acrescentou que Portugal apoia desde o primeiro momento a adesão da Ucrânia à UE: "E espero que fique claro que quando o Presidente de Portugal diz que esse é o objetivo, está dito, não há ninguém acima do Presidente que possa dizer coisa diferente nessa matéria."
Crimeia foi tema. "Sim, são os nossos rapazes que lá estão"
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou ainda que militares ucranianos iniciaram uma operação na Crimeia, sem baixas até ao momento, mas que ainda é cedo para falar na recuperação daquele território. "Sim, são os nossos rapazes que lá estão. Está a correr bem, não há baixas, pelo menos não há baixas do nosso lado, o que é bom", sustentou na mesma conferência.
Contudo, Volodymyr Zelensky disse que "ainda é cedo para falar da recuperação da Crimeia", apesar de estar em curso uma "operação especial".
Recorde-se que a Ucrânia reivindicou ter hasteado a bandeira nacional na Crimeia no Dia da Independência, assinalado hoje, numa operação-relâmpago de comandos que desembarcaram durante a noite na península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
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