Cidadãos convocam protestos em sete concelhos "pela floresta do futuro"

Grupos de cidadãos convocaram para domingo o "Protesto pela Floresta do Futuro" em sete localidades portuguesas, com base num manifesto contra os incêndios florestais e o papel da indústria da celulose na monocultura do eucalipto em Portugal.

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Lusa
30/08/2023 10:45 ‧ 30/08/2023 por Lusa

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O protesto, convocado para Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Odemira, Vila Nova de Poiares e Sertã, defende que Portugal precisa de menos eucaliptos e de "construir bosques e áreas florestais resilientes às alterações climáticas, que não sirvam apenas os interesses das grandes empresas, mas que sejam conservadores de solos e água perante a ameaça da desertificação".

"O que nós exigimos é uma floresta diversa, habitada, que tem estes meios de combate e vigilância o ano inteiro, guardas e vigilantes da natureza, sapadores florestais, noções de conservar água e solos para evitar a ameaça das alterações climáticas, com espécies adequadas a cada território e que também se relacionam com atividades económicas diversas que permitem às pessoas terem rendimento no meio rural", disse à Lusa Beatriz Xavier, da organização.

Segundo a representante, as áreas de eucaliptal abandonado existentes no país destroem o território, aceleram a desertificação e são precisamente o contrário do objetivo de uma "paisagem biodiversa e resiliente, que aguenta choques como os grandes incêndios e que não é uma ameaça para quem vive perto dela".

"É uma floresta que não está abandonada, que ou se sabe a quem pertence através de um cadastro florestal ou tem de ser responsabilidade do Estado. Tem que haver esta responsabilização do Estado", acrescentou, considerando que "o Governo já comprovou ser incapaz de reagir", mantendo tudo igual depois das tragédias de 2017.

O manifesto que convoca o protesto é assinado por mais de 60 cidadãos, de diferentes idades e profissões, que apelam "a um sobressalto cidadão contra o risco gigante que Portugal corre enquanto país perante a crise climática e uma floresta explosiva ao serviço da indústria da celulose".

Segundo a organização, o protesto em Lisboa tem início às 19:00 no Largo da Estefânia, de onde seguirá em marcha até ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e à sede da The Navigator Company.

No Porto o protesto será às 15:00 em frente ao Palácio de Cristal, em Odemira (distrito de Beja) a marcha sairá às 19:00 do bar O Cais rumo à Câmara Municipal e na Sertã (distrito de Castelo Branco) a iniciativa decorre às 17:00 na Alameda da Carvalha.

Em Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra), o protesto decorre a partir das 17:00 em frente à Câmara Municipal e em Coimbra às 17:30 na Casa Azul, na Mata Nacional do Choupal, informou a organização, que remeteu para breve dados sobre o ponto de encontro em Braga.

Leia Também: Pagamentos aos setores agroflorestal e das pescas ultrapassam 56 milhões

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