Costa afirma que sai do Chile motivado para lutar mais pela democracia
O primeiro-ministro afirmou hoje que sai do Chile mais inspirado e motivado para lutar pela democracia e destacou a "Declaração de Santiago" por si assinada, sustentando que se trata de um compromisso internacional com o multilateralismo.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Chile
António Costa falava aos jornalistas depois de ter estado reunido com o presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palácio de la Moneda, sede do Governo chileno, ocasião em que se recusou a falar sobre questões de política nacional.
Interrogado se sai do Chile com espírito para menos picardias políticas, António Costa sorriu e respondeu: "Saio com muito bom espírito".
"Com uma tarde com um sol magnífico como esta quem pode sair com mau espírito", gracejou, antes de ser questionado sobre o facto de o Presidente do Chile se ter definido como um otimista inveterado.
"Depois da brutalidade que aconteceu aqui há 50 anos e vendo o que se passou nesta cerimónia, só podemos ficar todos motivados e inspirados para acreditar cada vez mais na democracia", declarou, antes de se referir às cerimónias de hoje.
A convite do presidente @GabrielBoric participei na cerimónia que assinalou os 50 anos do golpe de Estado no Chile, que impôs uma das mais violentas ditaduras do mundo. Este é um momento para lembrar que a Democracia não é definitiva e que, todos os dias, temos de lutar por ela. pic.twitter.com/Gnp2aCWfuy
— António Costa (@antoniocostapm) September 11, 2023
"Foi um momento muito marcante e emocionante de afirmação da vitalidade da democracia e da vontade comum de garantirmos que todos os dias a democracia é defendida e que nunca mais voltaremos a viver uma situação com aquela há 50 anos" em Santiago do Chile, disse.
António Costa condenou depois o recurso à violência como forma de resolução das disputas políticas.
"Que nunca mais possam existir golpes de estado que ponham em causa as escolhas democráticas dos povos", acentuou, antes de se referir ao documento "Declaração de Santiago", que foi por si assinada.
"É uma declaração política, na qual se reafirma um conjunto de valores e de princípios que têm a ver com a opção pelos regimes democráticos, com a vitalidade da democracia em cada um dos países. Também é a afirmação que a resposta para os problemas da democracia é mais democracia e também um compromisso internacional muito importante com o multilateralismo. O multilateralismo é a forma de transpormos para o quadro internacional a organização própria da democracia, que é em conjunto, por vias pacíficas e pelo diálogo, resolvermos os problemas", sustentou.
O primeiro-ministro assinalou depois a "coincidência feliz" de o cravo vermelho ser símbolo da liberdade em Portugal e no Chile.
"Deu-se de resto a coincidência de este sábado se ter assinalado os 50 anos da primeira reunião do Movimento dos Capitães de Abril, quando seguramente nessa altura os golpistas chilenos estavam a contar as horas para iniciar o golpe dois dias depois. Isto demonstra que as ditaduras por muito que durem acabam sempre. A nossa foi a mais longa da Europa ocidental, mas também terminou", acrescentou.
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