Detidos 16 ativistas por 'travarem' entrada no Conselho de Ministros

Além dos 16 detidos pelo crime de desobediência, outros três jovens foram identificados. Foi também aberto um processo de inquérito interno para "esclarecer as circunstâncias relativas à concretização das ações dos manifestantes".

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Notícias ao Minuto com Lusa
14/09/2023 17:49 ‧ 14/09/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

PSP

A Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa avançou, esta quinta-feira, que 16 jovens ativistas foram detidos após "bloquearem os portões de acesso às antigas instalações do Ministério do Mar e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Algés, acorrentando-se e colando-se aos portões e portas de acesso ao edifício", antes da reunião do Conselho de Ministros. 

Em comunicado, enviado às redações, a autoridade referiu que pelas 08h54, na união de freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada, "decorreu uma manifestação não comunicada nos termos da legislação em vigor, promovida pelo grupo Greve Climática e Estudantil de Lisboa".

Além dos 16 detidos, outros três jovens foram identificados pela "participação nas ações referidas". 

Na nota, a PSP indicou que os manifestantes "apesar de sensibilizados para se desacorrentar e libertarem o acesso às instalações, mantiveram a sua postura". Os jovens acabaram por ser detidos pelo crime de desobediência, após os agentes terem "esgotado todos os procedimentos legais".

A autoridade garante que o Conselho de Ministros "decorreu sem incidentes" e os detidos serão notificados para comparecer no Tribunal da Comarca de Lisboa Oeste - Oeiras. Será ainda aberto um processo de inquérito interno para "esclarecer as circunstâncias relativas à concretização das ações dos manifestantes".

Os ativistas do movimento Greve Climática Estudantil, que tinham marcado para sexta-feira uma marcha pelo clima em Lisboa, anunciaram em comunicado que a iniciativa vai decorrer junto do Ministério Público de Oeiras, às 10h00, em solidariedade com as estudantes que foram detidas hoje e que terão de se apresentar na sexta-feira naquele local.

A marcha estava marcada para a Cidade Universitária, em Lisboa.

No comunicado os jovens dizem que não haverá paz "até ao último inverno de gás" e lembram que tanto a ação de hoje como a de sexta-feira têm como revindicações o fim dos combustíveis fósseis até 2030, e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.

Com as detenções de hoje o Governo "provou que prefere reprimir e ignorar os jovens, do que aceitar a ciência e criar um plano para a transição justa" que garanta "um futuro num planeta habitável", diz a ativista Beatriz Xavier, porta-voz do protesto de hoje.

Os estudantes garantem que este semestre "não vai haver paz até o governo declarar que este vai ser o último inverno de gás", e convocam "uma onda de ações estudantis pelo fim ao fóssil, a começar a 13 de novembro".

Recorde-se que, em conferência de imprensa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, desdramatizou a manifestação, contrapondo que o Governo assume o ambiente como uma causa prioritária.

"As manifestações de opiniões diversas fazem parte da democracia. Nada mais temos a assinalar", respondeu Mariana Vieira da Silva.

Também o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, reagiu ao protesto, tendo ressalvado que "todos os jovens que se manifestam pelo clima e pelo seu futuro" devem ser "respeitados", uma vez que "são fundamentais para o progresso sustentável de que todos precisamos".

[Notícia atualizada às 19h10]

Leia Também: Protesto 'bloqueia' Conselho de Ministros. Cordeiro reage: "Respeitamos"

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