A menor, de 16 anos, suspeita de ter matado a irmã por causa de uma discussão relacionada com um telemóvel, em Peniche, ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva, após ter sido ouvida pelo juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Leiria. Trata-se da medida de coação mais gravosa.
A notícia é avançada pela CNN Portugal, que acrescenta ainda que o primeiro interrogatório judicial decorreu ao longo de cerca de três horas.
Em causa estão os crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.
A jovem, de 19 anos, estava desaparecida desde o passado dia 14 de agosto, tendo a irmã e o pai reportado o desaparecimento às autoridades no dia seguinte.
De acordo com o diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Avelino Lima, "os factos terão ocorrido no dia 15 de agosto" e o corpo "terá sido sepultado dois ou três dias depois", tendo ficado esse tempo "em decomposição no domicílio".
A PJ iniciou a investigação a meio da tarde da passada sexta-feira, dia 8 de setembro, e não parou "até culminar" na quarta-feira "com este dramático desfecho de encontrar a jovem vítima, agravado pelo facto de a autora da morte da jovem ter sido a sua irmã", referiu o responsável, em conferência de imprensa.
"A suspeita passou a ter uma atitude mais condizente com os factos que ocorreram e levou-nos ao local onde sepultou a irmã, de uma forma pouco profunda, num terreno arenoso, fácil de movimentar", explicou.
Segundo o diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, a mãe das jovens não era uma "presença assídua no domicílio" e as irmãs viviam com o pai, que não desconfiou de nada, "até porque a informação que lhe foi prestada tinha alguma credibilidade: uma jovem de 19 anos a deslocar-se para junto de um hipotético namorado não é um facto que merecesse, numa primeira abordagem, uma desconfiança", disse.
Ressalvando que a investigação ainda não está fechada, Avelino Lima indicou que "todos os indícios recolhidos" apontam para que não tenha havido outras pessoas envolvidas na morte da jovem.
O diretor da PJ de Leiria disse ainda que "a presença do pai não foi impeditiva de o corpo continuar no domicílio", o que está relacionado com "as dinâmicas da família".
O crime terá ocorrido durante o dia e o corpo movimentado e sepultado durante a noite. De acordo com Avelino Lima, o motivo foi "completamente fútil" e o crime aconteceu durante "uma discussão à volta da posse de um telemóvel".
A família estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Peniche, mas não por maus-tratos. "Era uma família necessitada de apoio, apenas", precisou.
[Notícia atualizada às 19h06]
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