O chefe de Estado disse que na sua intervenção irá "tentar tratar todos os temas da atualidade" nos 15 minutos que tem disponíveis, colocando "um acento tónico muito forte na Ucrânia" e nos efeitos globais da guerra provocada pela invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.
"Mas depois não ignorando outros problemas que existem, e que são fundamentais, como é o problema do clima, do ambiente, dos direitos das mulheres em muitos pontos do mundo, o problema dos jovens que estão a ser deixados para trás, das minorias, das migrações", acrescentou, numa antevisão do seu discurso feita aos jornalistas no domingo.
Esta será a sua quinta intervenção em representação de Portugal no debate geral anual entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da ONU, em que também participou em 2016, 2018, 2019 e 2021.
Hoje, ao fim do dia, Marcelo Rebelo de Sousa estará numa receção oferecida pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, aos participantes na Assembleia Geral da ONU.
O debate geral deste ano entre líderes mundiais será o segundo desde que a Federação Russa invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado, dando início a uma guerra que já leva mais de um ano e meio.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o facto de o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "aparecer ao vivo, para defender a sua posição" nesta sessão da Assembleia Geral da ONU vai fazer da guerra na Ucrânia um "tema inadiável".
O Presidente da República realçou que na quarta-feira haverá um "chamado Conselho de Segurança aberto", no qual irá participar, "para discutir só a Ucrânia".
A abertura do debate geral, com intervenções do presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, e do secretário-geral da ONU, António Guterres, está marcada para as 09:00 locais (14:00 em Lisboa).
O primeiro chefe de Estado a discursar será o Presidente do Brasil, Lula da Silva, seguindo-se o Presidente dos Estados Unidos da América, país anfitrião, Joe Biden, como é tradição.
Segundo a ordem prevista de intervenções, Marcelo Rebelo de Sousa será o oitavo chefe de Estado a discursar, depois do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e Zelensky o 12.º.
A 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU tem como tema "Reconstruindo a confiança e reacendendo a solidariedade global: acelerando a ação na Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todas as pessoas".
Marcelo Rebelo de Sousa chegou no domingo à noite aos Estados Unidos da América, onde ficará até sexta-feira.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, encontra-se também em Nova Iorque para esta sessão da Assembleia Geral da ONU.
À margem da Assembleia Geral, os dois terão reuniões bilaterais para, entre outros objetivos, promover a candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente no Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027-2028.
Em 2021, quando discursou na 76.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se Portugal vencer essa eleição para o Conselho de Segurança prosseguirá o mandato de António Guterres como secretário-geral desta organização, que termina no final de 2026.
O chefe de Estado tem reiterado o "total apoio" de Portugal às prioridades de Guterres como secretário-geral da ONU.
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