Utente deu conta de alergia a Tramal, mas medicamento foi-lhe ministrado

A ERS entendeu que "a conduta do ACES Alentejo Central – SUB Estremoz relativamente aos procedimentos empregues no atendimento da utente, não se revelou suficiente à cautela dos seus direitos e interesses legítimos".

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Notícias ao Minuto
20/09/2023 18:08 ‧ 20/09/2023 por Notícias ao Minuto

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Uma utente sofreu uma "reação alérgica grave", depois de lhe ter sido ministrado um medicamento ao qual era alérgica, já depois de comunicar esse facto, no ACES Alentejo Central – SUB Estremoz. 

A deliberação do conselho de Administração da ERS, datada de 20 de abril, mas só hoje divulgada, refere que, na referida reclamação, a utente refere que se dirigiu ao SUB de Estremoz, "por picos de tensão alta e dores de cabeça".

"No decurso da consulta, o médico assistente questionou a utente sobre a existência de alergia medicamentosa, tendo esta respondido afirmativamente a uma lista de medicamentos, nomeadamente a 'Tramal'", lê-se.

"O médico registou na ficha clínica da utente a existência da(s) referida(s) alergia(s)" e a utente foi "encaminhada para a sala de observação, onde lhe foi ministrada medicação intravenosa, designadamente a substância 'Tramal'".

A utente "teve uma reação alérgica grave à medicação, tendo de imediato sido socorrida, com recomendação de encaminhamento para o SU de Évora, o que foi recusado pela mesma". 

A ERS entendeu que "a conduta do ACES Alentejo Central – SUB Estremoz relativamente aos procedimentos empregues no atendimento da utente, não se revelou suficiente à cautela dos seus direitos e interesses legítimos, porquanto existiu, efetivamente, um erro na administração do fármaco Tramal, não obstante a alergia da utente, ao mesmo, ser conhecida e, portanto, ser oponível à esfera de conhecimento dos profissionais de saúde que com ela interagiram".

O parecer refere ainda que "a falha ocorrida, produziu um grave impacto na qualidade e segurança dos cuidados de saúde prestados"

A ERS nota que o prestador já encetou a adoção de medidas corretivas, para prevenção de novos incidentes, no entanto, alerta que é importante evitar situações como a referida. Assim, a entidade instruiu o ACES Alentejo Central – SUB Estremoz a "garantir, em permanência, que, na prestação de cuidados de saúde, são respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente, o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos". 

Além disso, a ERS defende que deve ser garantido "o cumprimento dos procedimentos internos relativos ao processo de administração da medicação, com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde prestados, designadamente garantindo a correta prescrição e administração de medicação".

 O ACES Alentejo Central – SUB Estremoz deve ainda garantir "o cumprimento das normas e orientações em vigor, a cada momento, sobre o processo de gestão de medicação", bem como as normas e orientações "sobre a gestão de segurança do doente". 

Deve ainda ser assegurada, "através da emissão e divulgação de ordens e orientações claras e precisas, que os procedimentos em vigor, bem como novos procedimentos a adotar, para cumprimento da instrução, sejam corretamente seguidos e respeitados por todos os trabalhadores e/ou prestadores de serviços".

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