Utente deu conta de alergia a Tramal, mas medicamento foi-lhe ministrado
A ERS entendeu que "a conduta do ACES Alentejo Central – SUB Estremoz relativamente aos procedimentos empregues no atendimento da utente, não se revelou suficiente à cautela dos seus direitos e interesses legítimos".
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País ERS
Uma utente sofreu uma "reação alérgica grave", depois de lhe ter sido ministrado um medicamento ao qual era alérgica, já depois de comunicar esse facto, no ACES Alentejo Central – SUB Estremoz.
A deliberação do conselho de Administração da ERS, datada de 20 de abril, mas só hoje divulgada, refere que, na referida reclamação, a utente refere que se dirigiu ao SUB de Estremoz, "por picos de tensão alta e dores de cabeça".
"No decurso da consulta, o médico assistente questionou a utente sobre a existência de alergia medicamentosa, tendo esta respondido afirmativamente a uma lista de medicamentos, nomeadamente a 'Tramal'", lê-se.
"O médico registou na ficha clínica da utente a existência da(s) referida(s) alergia(s)" e a utente foi "encaminhada para a sala de observação, onde lhe foi ministrada medicação intravenosa, designadamente a substância 'Tramal'".
A utente "teve uma reação alérgica grave à medicação, tendo de imediato sido socorrida, com recomendação de encaminhamento para o SU de Évora, o que foi recusado pela mesma".
A ERS entendeu que "a conduta do ACES Alentejo Central – SUB Estremoz relativamente aos procedimentos empregues no atendimento da utente, não se revelou suficiente à cautela dos seus direitos e interesses legítimos, porquanto existiu, efetivamente, um erro na administração do fármaco Tramal, não obstante a alergia da utente, ao mesmo, ser conhecida e, portanto, ser oponível à esfera de conhecimento dos profissionais de saúde que com ela interagiram".
O parecer refere ainda que "a falha ocorrida, produziu um grave impacto na qualidade e segurança dos cuidados de saúde prestados".
A ERS nota que o prestador já encetou a adoção de medidas corretivas, para prevenção de novos incidentes, no entanto, alerta que é importante evitar situações como a referida. Assim, a entidade instruiu o ACES Alentejo Central – SUB Estremoz a "garantir, em permanência, que, na prestação de cuidados de saúde, são respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente, o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos".
Além disso, a ERS defende que deve ser garantido "o cumprimento dos procedimentos internos relativos ao processo de administração da medicação, com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde prestados, designadamente garantindo a correta prescrição e administração de medicação".
O ACES Alentejo Central – SUB Estremoz deve ainda garantir "o cumprimento das normas e orientações em vigor, a cada momento, sobre o processo de gestão de medicação", bem como as normas e orientações "sobre a gestão de segurança do doente".
Deve ainda ser assegurada, "através da emissão e divulgação de ordens e orientações claras e precisas, que os procedimentos em vigor, bem como novos procedimentos a adotar, para cumprimento da instrução, sejam corretamente seguidos e respeitados por todos os trabalhadores e/ou prestadores de serviços".
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