"Que sinal eu gostaria de ver na Madeira no domingo? O sinal de uma votação muito expressiva no Chega, com um forte grupo parlamentar, e um sinal de que a direita está pronta para ser alternativa", afirmou, prevendo que haverá também uma "grande derrota da esquerda e da extrema-esquerda".
André Ventura falava pouco antes do início de uma arruada da candidatura do partido, encabeçada por Miguel Castro, no centro do Funchal, onde os candidatos e apoiantes distribuíram panfletos, esferográficas e camisolas, repetindo com frequência um dos lemas da campanha: "vamos acabar com a corrupção".
"O que eu espero é que estas eleições da Madeira iniciem um novo ciclo", disse, lembrando que em 2024 decorrem as eleições europeias e as regionais dos Açores e, em 2025, as autárquicas.
"Vai-se iniciar no domingo um ciclo eleitoral infernal no sentido político e em que o sinal tem de ser dado", reforçou, explicando que esse sinal será a subida do Chega e da direita e a derrota da esquerda, com a eventual saída do PCP do parlamento regional, a não entrada do BE e um resultado historicamente negativo para o PS, que é o maior partido da oposição regional.
"Isso também vai ter uma leitura nacional", disse, acrescentando que no domingo todos terão que tirar consequências.
André Ventura criticou em particular a atitude de António Costa, primeiro-ministro e secretário-geral do PS, que só participou num comício da candidatura regional, encabeçada pelo líder socialista madeirense, Sérgio Gonçalves, antes do arranque oficial da campanha.
"Acho que a atitude que António Costa teve nestas eleições é muito desprestigiante, primeiro para o seu candidato e para o Partido Socialista da Madeira, segundo pelo desprezo que deu à Região Autónoma da Madeira", disse, considerando que provavelmente "decidiu nem sequer aparecer" na campanha porque as sondagens apontam para um mau resultado eleitoral.
"Ora, eu acho que isto diz muito. Não estamos a falar de um partido qualquer que não tem representação parlamentar", reforçou.
André Ventura reafirmou que o Chega é "oposição" e não se revê nas políticas do PSD, que governa o arquipélago em coligação com o CDS-PP, e cujo líder e chefe do executivo, Miguel Albuquerque, encabeça a lista da coligação Somos Madeira.
No entanto, disse, o Chega está disponível para fazer parte das soluções e não dos problemas, acusando Miguel Albuquerque de ser "chantagista" ao afirmar que não formará governo se não obtiver maioria absoluta.
As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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