"Uns disseram que era uma teimosia, outros que era um absurdo e que não fazia sentido termos aqui a refeição escolar e ter um refeitório na escola. Isso parecia como sendo considerado um excesso e a opção era não fazê-lo", afirmou José Manuel Bolieiro, na inauguração da ampliação da Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira, na ilha do Corvo.
Em 2018, Paulo Estêvão, deputado regional do PPM (partido que integra o atual executivo açoriano, que tomou posse em novembro de 2020), realizou uma greve de fome de 13 dias para reivindicar o fornecimento de refeições escolares na escola do Corvo.
Em 06 janeiro de 2020, o deputado monárquico insistiu na construção de um refeitório escolar na escola da ilha do Corvo, tendo o Governo Regional de então, liderado pelo PS, alegado que não existia "qualquer razão para ressuscitar um problema velho".
Hoje, na ampliação da escola, que inclui a construção de um refeitório e de uma sala de terapia no valor total de 462 mil euros, o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) afirmou que a "opção política" do anterior executivo açoriano em não construir uma cantina escolar era uma "opção errada".
"Mudámos este paradigma. Eliminamos um problema (...). Provavelmente, face à anterior opção errada, se não fosse essa persistência e uma visão governativa como é a nossa - de dar equidade a todas as soluções para o sucesso educativo em todas as ilhas - não teríamos esse problema resolvido", vincou.
Bolieiro considerou que a construção de cantina escolar na mais pequena ilha dos Açores não é "nem uma utopia, nem uma teimosia", sendo antes um "grande objetivo para o sucesso educativo".
O líder do executivo açoriano elogiou ainda a luta do deputado do PPM Paulo Estêvão: "A razão é como o azeite, vem sempre ao de cima".
Na ocasião, foi ainda atribuída à biblioteca da escola o nome de Manuel Rita, em homenagem ao antigo empresário e presidente da Câmara do Corvo (PS), falecido em fevereiro de 2021.
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