Meteorologia

  • 19 SEPTEMBER 2024
Tempo
24º
MIN 18º MÁX 26º

Caso EDP. Julgamento de Manuel Pinho e Ricardo Salgado adiado

Adiamento deve-se à greve dos funcionários judiciais. À saída do tribunal, o antigo ministro da Economia garantiu que está inocente.

Caso EDP. Julgamento de Manuel Pinho e Ricardo Salgado adiado
Notícias ao Minuto

09:52 - 03/10/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País EDP

O julgamento do processo EDP, em que são arguidos o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e a mulher, Alexandra Pinho, que tinha início marcado para esta terça-feira foi adiado.

Segundo disseram aos jornalistas os advogados de defesa, o julgamento está agora previsto começar na sexta-feira, mas poderá voltar a ser adiado pelo mesmo motivo, uma vez que a greve continua.

"Venho negar de A a Z porque trata-se de uma acusação falsa e sem nexo"

À saída do tribunal, no Campus da Justiça, em Lisboa, Manuel Pinho, que mora em Braga, declarou que virá "as vezes que forem necessárias" à capital porque é do seu "interesse esclarecer uma mentira".

O ex-governante vai por isso prestar declarações no julgamento de forma a esclarecer "todas e mais algumas" questões, assim como "desmontar" as acusações relativas a "todos os crimes, incluindo o de fraude fiscal".

"Venho negar de A a Z porque trata-se de uma acusação falsa e sem nexo e eu venho aqui provar isso", afirmou, acrescentando que chegou a altura de contar a "versão verdadeira" e que não teme "nem esta acusação nem outra" porque tem do seu lado "justificações e a história verdadeira". "Quero desmontar ponto por ponto a acusação", rematou a questão.

Já questionado sobre se mantém contacto com Ricardo Salgado, outro arguido do processo, o antigo ministro afiançou que não o vê "há muitos anos".

"Não recebi um euro que não fosse devido"

Sobre as acusações de corrupção, Manuel Pinho defendeu que "todos os recebimentos" que recebeu "têm por base contratos". "Não recebi um euro que não fosse devido", concluiu.

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009), em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, é acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

A mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro por fraude fiscal, em coautoria material com o marido, enquanto Ricardo Salgado vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Ricardo Salgado foi submetido, em 28 de setembro, a um exame neurológico no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) de Coimbra, que foi pedido pelos advogados do antigo presidente do BES em vários processos nos últimos dois anos, para avaliar o impacto no julgamento do diagnóstico de doença de Alzheimer que lhe foi atribuído, mas só tem valor de perícia no processo EDP.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação do processo EDP arrancou em 2012 por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.

Cerca de duas dezenas de funcionários judiciais estão à porta do Tribunal Criminal de Lisboa a manifestar-se.

Leia Também: Caso EDP. Julgamento de Manuel Pinho e Ricardo Salgado começa hoje

Recomendados para si

;
Campo obrigatório