Duas ativistas do grupo Climáximo estilhaçaram, na manhã deste sábado, pelas 7h45, a fachada de vidro da sede da REN, em Lisboa.
"Não está tudo bem. A própria OMS diz que as a crise climática está a matar centenas de milhares de pessoas todos os anos, e os culpados não têm qualquer plano viável para parar. Não podemos continuar a consentir que estas empresas assassinas existam em público como se nada fosse", lê-se no comunicado enviado às redações pelo grupo climático, que tem protagonizado, nos últimos dias, vários protestos contra o uso de combustíveis fósseis.
O Climáximo recorda que "este foi o setembro mais quente de sempre por uma margem avassaladora", e que "é assustador ver as projeções mais pessimistas serem ultrapassadas pela realidade da crise climática".
"Face a planos que incluem a morte de milhares de crianças, famílias, sabemos o que temos que fazer", afirmou Carolina Falcato, professora que participou na ação, referindo-se ao "plano de desarmamento" do Climáximo, que passa por "nem mais um projeto que aumente emissões de gases com efeito de estufa, como a expansão do terminal de gás fóssil liquefeito da REN em Sines".
Em vez disso, o grupo propõe o uso de "eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, o único plano compatível com a exigência da ONU de fim ao fóssil até 2030".
"Todos temos que parar de consentir com estes projetos de morte. Da maneira que conseguimos, não podemos continuar complacentes com a destruição", destacou a professora.
O grupo recordou que fará uma apresentação - no dia 9 de outubro às 19h no Campo Mártires da Pátria - "sobre como mais pessoas se podem juntar ao lado certo da história".
O Climáximo tem sido responsável por vários protestos, um pouco por toda a capital, nos últimos dias. A sede da REN tinha já sido alvo de um, na quinta-feira, quando os ativistas pintaram a sua fachada de vermelho. Na sexta-feira, bloquearam o trânsito na Avenida de Roma, imitando outros protestos na rua de S. Bento (na quarta-feira) e na Segunda Circular, frente à sede da Galp (na terça-feira).
Já no dia 27 de setembro, este mesmo grupo foi responsável por um outro protesto, quando pintaram a fachada da Feira Internacional de Lisboa (FIL) de vermelho.
[Notícia atualizada às 08h39]
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