"Aguardamos as propostas do Governo para que a situação seja ultrapassada. Propostas escritas. Não nos basta conversa, pois isso tivemos durante 16 meses. Tivemos muita paciência e fizemos tudo para que pudéssemos chegar a um acordo", afirmou o responsável do SIM.
Jorge Roque da Cunha falava esta tarde durante a V convenção do SIM, com o tema "Defender os médicos, os doentes e o SNS. Responsabilidade Sindical. Irresponsabilidade Governamental".
No seu discurso, o secretário-geral do SIM começou por fazer várias críticas à postura negocial do Governo, instando-o depois a reabrir "a mesa negocial" para que sejam discutidas várias propostas que constam no caderno reivindicativo deste sindicato, e manifestando disponibilidade para dialogar com a tutela.
"Será fundamental que o Governo reabra a mesa negocial no âmbito da contratação coletiva, urgente quanto à disciplina de trabalho médico, a organização dos serviços de urgência e à equiparação dos contratos individuais de trabalho com os contratos em função pública, com o pagamento a todos os orientadores de formação. Se tal não acontecer a contestação só irá aumentar, em vez de diminuir", alertou.
Jorge Roque da Cunha aludiu ainda às greves realizadas durante este ano, ressalvando que não foram "desejáveis", mas "necessárias".
"O sindicato independente dos médicos vai continuar a combater, mantendo a credibilidade e a mitigar os dados da demagogia e do radicalismos e do populismo", atestou.
As negociações entre sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde iniciaram-se em 2022, mas até ao momento não houve acordo.
Desde então têm sido realizadas várias paralisações regionais e uma nacional.
Segundo o SIM, as propostas que constam no caderno reivindicativo sindical visam a criação de uma grelha salarial que "reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública."
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