Ministra da Defesa reconhece "desafio grande" na atração de efetivos
A ministra da Defesa reconheceu hoje que existe um "desafio grande" na atração de efetivos para as Forças Armadas, mas defendeu que tal se resolve com um conjunto alargado de medidas, como o aumento do suplemento da condição militar.
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País Defesa
"Vale a pena simplesmente reconhecer que temos de facto um desafio grande na atração e retenção de pessoal nas Forças Armadas. É um desafio de outros países, reconhecido pela tutela e chefes militares, temos desenvolvido um trabalho importante de medidas para enfrentar esse desafio", defendeu a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, em declarações aos jornalistas à margem de uma cerimónia que decorreu no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa.
A governante salientou que o trabalho que tem sido desenvolvido tem resultado em medidas como o recente aumento da componente fixa do suplemento da condição militar, de 30 para 100 euros, medida prevista na proposta do Orçamento do Estado para 2024 - que será ainda debatido e votado na Assembleia da República.
Além disto, Helena Carreiras defendeu outras medidas já postas em prática "que permitem aos militares dispor de um conjunto mais variado de situações para fazer o seu serviço militar, designadamente os quadros de praças no Exército e na Força Aérea" ou a "consolidação de um regime de contrato especial, o aprofundamento do trabalho da certificação e valorização profissional dos militares e o alinhamento desse trabalho de formação nas Forças Armadas com o Sistema Nacional de Qualificações".
A governante salientou ainda o trabalho feito na "melhoria da habitabilidade das unidades militares".
"Uma grande variedade de medidas a que se soma evidentemente os aumentos salariais previstos para a Administração Pública", que serão também aplicados aos militares, disse.
"É nesse conjunto complexo de medidas, trabalhadas pela tutela, pelas Forças Armadas, que encontramos a solução para pelo menos para uma parte destes problemas. Já que todos reconhecemos que há aqui uma questão que tem a ver com o mercado de trabalho, com o facto de estarmos em pleno emprego, com a maior concorrência no mercado de trabalho e que são mais estruturais, que vamos ter que enfrentar", acrescentou.
A revisão das tabelas para a admissão de candidatos para as fileiras foi outra das medidas referidas pela ministra da Defesa que podem ajudar a "recrutar mais e melhor".
Questionada sobre as verbas contidas na proposta do Orçamento do Estado para 2024, Helena Carreiras considerou que "é um bom orçamento".
"E que vai ajudar-nos a enfrentar estas questões de pessoal, mas também de modernização e sustentação dos nossos equipamentos e meios das Forças Armadas", disse, referindo o aumento da dotação para as Forças Nacionais Destacadas previsto para o ano (mais dois milhões de euros) ou a duplicação da dotação para passes sociais para antigos combatentes e viúvas, no valor de 17 milhões, segundo a governante.
Interrogada sobre um memorando dirigido à ministra, noticiado pela Lusa no passado dia 12 de outubro, no qual o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, alerta a governante que a atual situação de efetivos no ramo é "a mais grave dos últimos 50 anos", Helena Carreiras respondeu que se trata de um "memorando interno privado" e que o ramo já "tomou providências", estando "averiguações em curso".
Sobre o facto de o Sistema de Segurança Interna (SSI) ter decidido elevar o grau de ameaça terrorista em Portugal de moderado para significativo, no contexto do conflito entre Israel e o Hamas, a ministra esclareceu que tal facto "não teve nenhum impacto em termos de alteração do grau de prontidão das unidades militares e das forças militares".
Já sobre a deslocalização da área militar de Figo Maduro (AT1) e a utilização dessa área para a operação civil, como prevê proposta de OE 2024, Helena Carreiras afirmou que o ministério está a analisar a proposta e que "ser parte da solução".
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