AT faz novas buscas no âmbito da Operação Picoas. Carros arrestados

Hernâni Vaz Antunes é um dos principais arguidos da 'Operação Picoas', sendo conhecido como braço direito do cofundador da Altice, Armando Pereira.

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Notícias ao Minuto com Lusa
26/10/2023 13:33 ‧ 26/10/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Caso Altice

Pelo menos dez carros de Hernâni Vaz Antunes, conhecido como o braço direito do cofundador da Altice e um dos arguidos do processo 'Operação Picoas', foram arrestados pelas autoridades no âmbito da investigação, na manhã desta quinta-feira, avançou a SIC Notícias.

Os carros serão todos de alta cilindrada e encontravam-se numa casa em Pedralva, no concelho de Braga, indicou a mesma estação. A operação foi levada a cabo por uma empresa contratada pelo Estado.

Ao mesmo tempo, a Autoridade Tributária (AT) efetuou novas buscas na casa de Armando Pereira, em Guilhofrei, distrito de Braga, referiu à Lusa a defesa do principal arguido no processo Operação Picoas.

Hernâni Vaz Antunes está indiciado por cerca de 20 crimes no âmbito da 'Operação Picoas' e encontra-se em prisão domiciliária. As suas contas bancárias, nas quais se encontram 50 milhões de euros, foram arrestadas em julho.

O arguido é conhecido como o braço direito e amigo de Armando Pereira, o cofundador da Altice que foi detido e constituído arguido por 11 crimes, entre os quais seis de corrupção ativa e um de corrupção passiva no setor privado, além de quatro de branqueamento de capitais e crimes não quantificados de falsificação de documentos no processo 'Operação Picoas'.

Neste processo está em causa uma "viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência" que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento.

Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

A investigação indica também a existência de indícios de "aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira" através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende ainda o MP que terão também sido usadas sociedades 'offshore', indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

O MP desencadeou em 13 de julho uma operação com cerca de 90 buscas domiciliárias, que resultou na detenção de Armando Pereira, Hernâni Vaz Antunes, Jéssica Antunes (filha do braço direito do cofundador da Altice) e Álvaro Loureiro, administrador de empresas (estes dois últimos arguidos saíram em julho em liberdade, sob caução).

Foram ainda apreendidos documentos e objetos, "tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros".

[Notícia atualizada às 14h13]

Leia Também: Cofundador da Altice deixa domiciliária se pagar caução de 10 milhões

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