O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, lamentou a morte da artista e escritora, Margarida Tengarrinha, aos 95 anos, considerando que foi "uma protagonista fundamental da luta antifascista em Portugal".
"Lamento o falecimento de Margarida Tengarrinha, que foi uma protagonista fundamental da luta antifascista em Portugal e, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia da República", escreveu Santos Silva, numa nota na rede social X (antigo Twitter).
O presidente do parlamento apresentou ainda "sinceras condolências à sua família e ao Partido Comunista Português [PSP]".
Lamento o falecimento de Margarida Tengarrinha, que foi uma protagonista fundamental da luta antifascista em Portugal e, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia da República. Apresento sinceras condolências à sua família e ao PCP.
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) October 27, 2023
De recordar que Margarida Tengarrinha morreu, na quinta-feira, aos 95 anos. A morte da artista e escritora foi confirmada ao Notícias ao Minuto pelo PCP.
Mais tarde, o partido acabou por emitir uma nota, na qual expressou "profundo pesar" pela morte da artista, tendo ainda revelado que o corpo de Margarida Tengarrinha estará em câmara ardente na Casa Mortuária da Igreja do Colégio em Portimão, na terça-feira, dia 31 de Outubro, a partir das 09h30. Pelas 12h30 sairá para o crematório de Albufeira. A cremação realizar-se-á às 14h00.
Nascida em Portimão, em 1928, Margarida Tengarrinha foi militante e dirigente do PCP.
Foi na Escola de Belas Artes, em Lisboa, em 1948, que iniciou a sua atividade política, pelo Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD). Manifestou-se pela saída de Portugal da NATO e contra a cimeira da Aliança em 1952 na capital portuguesa, o que viria a ditar a sua expulsão, no mesmo ano, da Escola de Belas Artes.
Nessa altura viria a conhecer o companheiro e pai das duas filhas, o artista José Dias Coelho, e tornar-se-ia também membro do Partido Comunista, com 24 anos.
Tal colo lembra o PCP, Margarida Tengarrinha passou à clandestinidade em finais de 1954. A "sua primeira tarefa foi então a criação", com José Dias Coelho da '"oficina' de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do partido".
Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho pela PIDE, Margarida Tengarrinha "foi para o exterior tendo exercido tarefas na Rádio Portugal Livre. Em 1968 regressa a Portugal, tendo participado na redacção do Avante! e do jornal A Terra". Foi responsável pelos organismos do Trabalho Camponês da Organização do Norte e posteriormente de Lisboa.
Foi membro do Comité Central do PCP desde maio de 1974 até 1988.
Após o 25 de Abril de 1974, integrou a Direção da Organização Regional de Lisboa, a Comissão para o Trabalho com os Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão para a Reforma Agrária.
Em 1979 e 1983 foi eleita deputada à Assembleia da República pelo Algarve. Em 1986 regressou a Portimão e integrou a Direção da Organização Regional do Algarve do PCP.
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