IL vai propor comissão de inquérito à Efacec e desafia PS a viabilizar
O presidente da IL anunciou hoje que o partido vai propor a constituição de uma comissão de inquérito à Efacec e desafiou o PS a viabilizar esta proposta.
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Política Efacec
Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Rui Rocha justificou esta decisão do partido considerando que "os portugueses têm que ser esclarecidos" sobre este negócio.
O líder da IL desafiou o PS, que tem maioria absoluta no parlamento, a viabilizar a comissão de inquérito, mas deixou desde já um pedido ao PSD para o caso de os socialistas votarem contra.
"Faço também um desafio ao PSD porque o PSD, ao contrário da Iniciativa Liberal, tem a possibilidade depois de avançar com uma comissão de inquérito potestativa. Portanto, eu desafio o PSD para votar favoravelmente a este requerimento da Iniciativa Liberal e, se o PS o chumbar, para não se acobardar neste tema e usar os meios que tem ao seu dispor para que os portugueses possam ser esclarecidos", disse.
Horas mais tarde, em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha assegurou que "não houve qualquer contacto entre a IL e o PSD" sobre esta matéria, reiterando o desafio ao PS para que "não se coloque atrás da sua maioria absoluta e que permita que os portugueses sejam esclarecidos porque o dinheiro sai diretamente do bolso dos portugueses".
O pedido do PSD de audição urgente do ministro da Economia "já está ultrapassado pelos factos", segundo o líder da IL, recordando que os liberais avançaram com um "requerimento em 13 de setembro para Costa Silva explicar este processo" no parlamento, mas que agora há novos dados de "enorme gravidade".
Rui Rocha enunciou ainda uma primeira lista de entidades que a IL gostaria de ouvir em inquérito parlamentar, entre as quais o atual e ex-ministros das Finanças, Fernando Medina, João Leão e Mário Centeno respetivamente, o atual e ex-ministro da Economia, Costa Silva e Siza Vieira, o Banco de Fomento, a Parpública e os "concorrentes a uma fase do processo que foi anulada".
Os liberais pretendem ainda que prestem esclarecimentos as administrações da Efacec ao longo do tempo, a anterior acionista Isabel dos Santos e o primeiro-ministro, António Costa.
"Cerca de 400 milhões que terão sido desperdiçados nesta operação, o que quer dizer que para uma família de quatro portugueses estamos a dizer que são 160 euros do seu bolso que acabaram por sair, sem nenhum pedido de autorização, sem nenhuma explicação e sem qualquer utilidade para o país como hoje se comprova", disse.
O presidente do PSD disse hoje que vai pedir um inquérito parlamentar se o Governo não esclarecer todos os detalhes do negócio da venda da Efacec, que considerou ruinoso.
O ministro da Economia adiantou na quarta-feira que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, vincando porém que este "é um dia feliz" por se concluir a venda da empresa ao fundo alemão Mutares.
Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, António Costa e Silva disse que esta terça-feira foi assinada a venda da Efacec à Mutares e que esta injetará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.
Costa e Silva destacou a importância de Efacec como "grande empresa tecnológica" para a economia portuguesa, referindo vários projetos em que está envolvida, acrescentando que deixá-la cair teria sido "desastroso para a economia portuguesa".
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