"Por definição as palavras do senhor Presidente da República nunca me merecem nenhum comentário, porque o Estado tem uma hierarquia e, nessa hierarquia, o Presidente da República é a primeira figura do Estado e eu sou apenas a segunda", afirmou Augusto Santos Silva, quando questionado pelos jornalistas na ilha de São Miguel, nos Açores.
O presidente da Assembleia da República falava, em Ponta Delgada, após ter sido recebido em audiência, no Palácio de Sant'Ana, pelo presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, no final de uma visita que realizou ao arquipélago.
Durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.
Quando Nabil Abuznaid invocou "a ocupação de 56 anos", o chefe de Estado respondeu: "Eu sei, mas não deviam ter começado".
Já hoje, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou-se surpreendido com o "alarido" provocado pelas suas declarações.
"Nem percebo o alarido, não percebo. Foi o embaixador da Palestina que levantou a questão, não fui eu. Ele é que disse que a situação era muito complicada e deu as suas razões. No meu comentário, eu disse: atenção, é muito importante a moderação. E depois disse que foi pena que este caso tivesse nascido de um determinado lado", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
"E agora até faz todo sentido o que eu disse [apelo à moderação], porque há sinais de que pode haver cessar-fogo, se houver um acordo sobre os sequestrados", acrescentou.
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