Vários estudantes manifestaram-se, esta sexta-feira, contra os combustíveis fósseis em frente à reitoria da Universidade de Lisboa, pintando a fachada do edifício. Os alunos protestaram ainda contra os ataques da "instituição à liberdade de expressão", depois de três estudantes terem sido detidas, esta semana, na Faculdade de Psicologia desta universidade.
Durante a manifestação, o reitor, o professor Luís Manuel dos Anjos Ferreira, saiu à rua para falar com os estudantes, que ameaçaram fazer uma reclamação formal caso este se recusasse a conversar. Os alunos pediram esclarecimentos sobre aquilo que dizem ser "a maior repressão ao direito de manifestação estudantil desde o Estado Novo".
"A polícia não era chamada para deter estudantes em faculdades desde o Estado Novo. E agora está a acontecer recorrentemente nesta instituição que finge louvar as lutas estudantis do passado", diz Catarina Bio, estudante da instituição.
Segundo um comunicado da Greve Climática Lisboa, o reitor recusou condenar a repressão às manifestações que ocorreram na Universidade e afirmou que se "as aulas são perturbadas é legítimo chamar a polícia".
Quando o reitor voltou a entrar na reitoria, duas alunas tentaram entrar e foram "entaladas na porta pelos seguranças". Os estudantes invadiram depois a reitoria.
Esta semana a polícia foi chamada mais de dez vezes à faculdade e, na quarta-feira, três estudantes acabaram por ser detidas na Faculdade de Psicologia enquanto davam uma palestra sobre ação climática.
"Quando as instituições podem deter pessoas por quererem pedir o seu direito básico à vida. que lhes está a ser negado pelo governo, elas perdem a legitimidade, e a única coisa moral a fazer é desobedecer", dia Beatriz Xavier, porta-voz do movimento.
Os estudantes reivindicam fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável até 2025. Os ativistas prometem ocupar o Ministério do Ambiente no próximo dia 24.
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