O aumento de relatos de portugueses que estão a receber chamadas que resultam em burlas tem vindo a aumentar e até já levou a Procuradoria-Geral da República a emitir um alerta de cibercrime, em agosto.
O esquema em questão está, literalmente, à distância de uma chamada e a DECO Proteste publicou um artigo não só para explicar como é que estas burlas funcionam, como também para ajudar a identificá-las.
Como funciona esta burla?
Segundo o que explicam, tudo começa quando, após atender, a alegada autoridade judicial se identifica como ‘International Judicial Police”, com uma conversa em inglês.
“Em regra, a gravação indica que o documento nacional de identificação da vítima está envolvido em criminalidade internacional grave e que, por isso, está em curso um mandado de detenção em seu nome” detalham os responsáveis, acrescentando que é nessa altura que é fornecida a opção para ultrapassar este suposto problema – pressionando a tecla 1.
“Ao carregar na tecla sugerida, a chamada é transferida para um burlão que se identifica como um agente de autoridade policial. Após requisitar os dados da vítima, o agente criminoso informa que a sua identidade foi utilizada para diversos fins criminosos, como a abertura de contas em vários bancos”, detalham.
O objetivo desta conversa é levar a vítima a transferir o seu dinheiro para uma suposta “conta segura”, indicada pelo burlão, “como alegada forma de contornar o iminente congelamento da conta bancária da vítima enquanto decorre a investigação”.
Como evitar telefonemas falsos?
A DECO alerta que é preciso estar atento a alertas provenientes de números desconhecidos, quando é o caso. Mas há mais coisas que pode fazer para evitar ser burlado/a:
- Se não reconhece o número que lhe liga ou o país de origem da chamada lhe suscitar dúvidas, não atenda, nem retribua a chamada;
- Caso atenda o telefonema e se o mesmo lhe parecer suspeito, desligue;
- Desconfie quando uma alegada autoridade oficial o contacta noutro idioma. Seria expectável que essa entidade contactasse previamente as autoridades portuguesas e só essas entrariam em contacto com eventuais vítimas;
- Tente validar a veracidade da origem da chamada, por exemplo, ao procurar o número num motor de busca;
- Não faculte dados pessoais a desconhecidos em telefonemas de contexto duvidoso;
- Não ceda a eventuais exigências solicitadas.
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