Ricardo Salgado, antigo presidente do BES, sofre mesmo de Alzheimer, conclui o relatório realizado pelos especialistas.
A informação está a ser avançada pelo jornal ECO, que terá tido acesso ao relatório da perícia médica do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML).
A doença, segundo o mesmo relatório, está no segundo grau de maior gravidade, o que significa que o doente já terá "dependência de terceiros para algumas atividades básicas”, sendo que na próxima fase passará para a "dependência total".
Ricardo Salgado submeteu-se a uma perícia neurológica, ordenada pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, no âmbito do caso EDP, no dia 28 de setembro, no Instituto de Medicina Legal em Coimbra.
O ex-presidente do Grupo Espírito Santo fez o teste de avaliação cognitiva de Montreal (MOCA), exame que ajuda a aferir o estado de desenvolvimento da doença de Alzheimer, que a defesa de Salgado tem vindo a invocar desde 2021.
O diagnóstico tem sido apresentado como justificação nos pedidos da defesa de Salgado para o arquivamento das acusações, incluindo no processo extraído da Operação Marquês e no âmbito do qual o ex-banqueiro foi condenado a seis anos de prisão efetiva.
Agora, a perícia confirma-o e conclui que as declarações que Salgado possa fazer em tribunal estão comprometidas. A avaliação “neuropsicológica realizada no examinando é compatível e concorda com a que nos foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”, dizem os peritos, referindo-se ao relatório feito pelo neurologista de Salgado, Joaquim Ferreira, pedido pela defesa e que foi junto aos vários processos do arguido.
Assim, e segundo o ECO, os médicos dizem que não existe propriamente uma “impossibilidade [de Salgado] em comparecer” a tribunal, mas não têm dúvidas que as declarações do ex-banqueira estão “comprometidas” devido à “sua patologia e “à situação que em si sempre será stressante para qualquer cidadão”.
[Notícia atualizada às 13h37]
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