O ministro da Educação, João Costa, comentou esta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) 2022, que dá conta de que os alunos portugueses de 15 anos pioraram os seus desempenhos nos testes internacionais de Matemática e Leitura. Estes resultados denotam uma inversão da tendência de melhoria que se vinha registando na última década.
"Quando temos quebras nos resultados devemos ficar preocupados e devemos analisar com profundidade os resultados", disse o ministro da Educação, João Costa, em declarações aos jornalistas, sublinhando que a "quebra de resultados acontece em países com políticas curriculares bastante diferenciadas".
"Portugal teve, na primeira década deste século, uma subida muita rápida nos resultados do PISA que nos fez convergir com a média da da OCDE. E é essa convergência que, mesmo na queda dos resultados, continuamos a registar. Ou seja, Portugal desde 2012 está na média da OCDE, e agora quando cai, mantemo-nos nessa convergência", afirmou ainda.
"Temos países muito diferentes, na forma como se ensina, nos currículos que desenvolvem, com esta tendência semelhante" de quebra de resultados, disse João Costa, recordando que este PISA era "muito aguardado" por ser o primeiro levantamento internacional feito após a pandemia.
Para o ministro, há uma descida que tem que ver com a pandemia, "mas a pandemia não explica tudo".
João Costa revelou que instou a OCDE para que, "entre ciclos do PISA", se faça uma análise para explicar a quebra dos resultados.
"Interessa-nos olhar para os países que estão no topo e perceber o que é que têm feito", disse, lembrando que na área da matemática Portugal tentou aproximar o seu currículo ao de Singapura.
"A equipa que fez os nossos novos documentos curriculares participou em muitos encontros sobre a Matemática na OCDE e esteve a trabalhar muito próximo com o currículo de Singapura para nos aproximarmos em termos curriculares com aquilo que Singapura faz, porque é o país de topo", contou o ministro.
Já no que toca à Leitura, o foco está em países como a Irlanda ou a Estónia, "que têm bons resultados" e um currículo que passa por "muita diversificação nas formas de ler, muitas técnicas de leitura e não um currículo tão clássico na área da língua como outros países têm".
Recorde-se que o PISA voltou a analisar os conhecimentos a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de todo o mundo - em 2022 participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias - e o retrato do desempenho dos estudantes releva "uma quebra sem precedentes", em que Portugal não foi exceção.
Os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que realizaram as provas de 2022 obtiveram piores resultados do que os seus colegas em 2018, colocando Portugal entre os países que mais baixaram de pontuação a Matemática, refere o relatório da OCDE hoje divulgado.
[Notícia atualizada às 14h25]
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