A irmã de Jean Tighe, uma cidadã irlandesa desaparecida há três anos, em Portugal, disse esta quarta-feira, que, "nos últimos tempos tem recebido atualizações mensais sobre o caso por parte da polícia portuguesa".
De acordo com o Irish Examiner, as declarações de Leona foram emitidas durante um evento do Dia das Pessoas Desaparecidas, que se esta a realizar em Croke Park, em Dublin, na Irlanda.
Durante a sua intervenção, gravada a partir de Nova Iorque, nos EUA, onde mora agora, a jovem recordou que a irmã desapareceu no dia 13 de julho de 2020 e que, desde aí, a família tem pressionado as autoridades portuguesas para "tomarem medidas".
"Descobrimos que ela tinha planeado ficar no hostel na noite de 13 de julho e que reservou um voo, no dia 12 de julho, para regressar a Dublin no dia 15. São muitos planos. Por isso, desde o início, que defendemos que só pode ter acontecido algo imprevisível para ela não os cumprir. E nunca ouvimos uma explicação plausível sobre o que pode ter acontecido", salientou.
Contudo, segundo o Irish Examiner, "nos últimos tempos, Leona tem recebido atualizações mensais sobre o caso por parte da polícia portuguesa". Ao contrário do que aconteceu nos primeiros anos de desaparecimento, em que a família denunciou, por várias vezes, a "falta de informações", por parte dos investigadores portugueses, e o facto de sentir que "o caso de Jean não estava a ser visto como prioridade".
"Quando um ente querido desaparece no estrangeiro precisamos de ter pessoas fortes em nosso redor para nos apoiar emocionalmente e profissionais com determinados requisitos e meios para nos orientar. Para ajudar na interação com as autoridades locais, para fazer pressão política, para garantir que o caso não é esquecido", declarou Leona, lembrando que "além da barreira linguística", as famílias nestas situações têm de lidar com "sistemas policiais e jurídicos diferentes", assim como "pessoas e culturas distintas".
"Tentar defender-se sozinho neste território desconhecido é extremamente frustrante e potencialmente prejudicial para os desaparecidos uma vez que as emoções à flor da pele podem destruir possíveis pontes. É, por isso, crucial ter as autoridades dos nossos países do nosso lado para que estas intercedam junto dos seus homólogos estrangeiros. Sem essa pressão, é muito difícil fazer com que as coisas andem", concluiu.
Recorde-se que Jean Tighe tinha 38 anos quando desapareceu de um hostel onde estava hospedada na Parede, em Cascais, no dia 13 de julho de 2020, alegadamente, acompanhada por um homem cuja identidade permanece desconhecida.
Por diversas vezes, ao longo destes três anos, a família da irlandesa acusou as autoridades portuguesas de não terem investigado devidamente o desaparecimento de Jean.
O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a Polícia Judiciária (PJ) que confirmou que a investigação ao desaparecimento de Jean Tighe "prossegue" e que "está em contacto com as autoridades irlandesas às quais foi remetida carta rogatória, na perspetiva de se alcançarem elementos úteis para o esclarecimento do caso".
A PJ confirma "igualmente a existência de contactos com a família da desaparecida".
[Notícia atualizada às 08h12]
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