A entrega da petição será feita durante uma reunião da diretora internacional da Amnistia Internacional, Anjhula Mya Singh Bais, com o Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, que irá decorrer no Palácio de Belém às 16h00.
"Dois meses após o início do conflito, a Amnistia Internacional Portugal reforça o apelo pelo cessar-fogo entre o Estado de Israel e o Hamas, entregando 13.053 assinaturas, [incluindo de pelo menos 72 organizações da sociedade civil], recolhidas a nível nacional", refere a organização de defesa dos direitos humanos, em comunicado hoje divulgado.
A nível global, adianta a Amnistia Internacional, a petição já reuniu mais de um milhão de assinaturas.
A organização tem pedido nas últimas semanas o fim do que considera "ataques ilegais", argumentando que isso "travaria quer o sofrimento dos civis de ambos os lados, quer o número de mortos que aumenta a cada dia".
A guerra entre Israel e o Hamas, iniciada com um ataque de surpresa do grupo islamita em 07 de outubro, já provocou a morte a mais de 15.000 palestinianos na Faixa de Gaza, entre os quais pelo menos 5.500 crianças, e mais de 1.400 israelitas, adianta a Amnistia Internacional.
Apesar de a "pausa humanitária" cumprida pelos dois lados durante sete dias -- até 01 de dezembro -- ter permitido a libertação de 113 reféns detidos em Gaza e 240 palestinianos detidos nas prisões israelitas, "é ainda crucial para que as agências humanitárias façam chegar o seu apoio à Faixa de Gaza, aliviando a crise humanitária que se sente", defendeu a Amnistia.
"O cessar-fogo permanece fundamental também para negociar a libertação daqueles que permanecem reféns, proporcionando-lhe um regresso seguro para junto das famílias", acrescentou.
Nomeada no início do ano passado como presidente do conselho internacional da Amnistia Internacional, Anjhula Mya Singh Bais - a mais jovem a ocupar o cargo, além de a primeira indiana e a primeira pessoa na Malásia -- é uma supermodelo, feminista e especialista internacional em traumas psicológicos.
Presente em Lisboa para visitar a secção portuguesa da Amnistia Internacional, a responsável encontra-se hoje com Marcelo Rebelo de Sousa, num encontro que servirá, segundo a organização, para apresentação de cumprimentos, agradecimento pela condecoração da Amnistia Internacional como membro honorário da Ordem da Liberdade em 2021, e apelo à intervenção de Portugal na diplomacia para a paz e para os direitos humanos no mundo e de entrega das assinaturas da petição.
Além de Anjhula Mya Singh Bais, a organização será representada também pela presidente da direção da Amnistia Internacional Portugal, Patrícia Filipe, e pelo diretor executivo, Pedro A. Neto.
"Somos já mais de um milhão a apelar por este tão necessário cessar-fogo (...), mas seremos ainda mais", garantiu o diretor executivo, citado no comunicado.
"Não há forma de o número de assinaturas não crescer quando é tão evidente o desprezo flagrante das vidas civis que temos testemunhado nas últimas semanas", afirmou.
"Não há como ficar indiferente a este sofrimento. O cessar-fogo é a única forma de salvar vidas. O cessar-fogo é a única forma de olhar para as causas profundas deste conflito e de o começar a resolver em definitivo", concluiu.
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