Assembleia da Climáximo quer travar investimentos em combustíveis fósseis

A "Assembleia de Resistência", hoje organizada pela Climáximo, definiu como objetivos exigir a paragem de todos os investimentos públicos em combustíveis fósseis, lutar contra novos projetos que aumentem as emissões de CO2 ou terminar com as emissões supérfluas.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
09/12/2023 20:20 ‧ 09/12/2023 por Lusa

País

Climáximo

Aquela assembleia foi uma das partes da ação de protesto organizada hoje pela associação Climáximo, um coletivo que luta pela justiça climática, e que decorreu na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa.

Na ocasião foram discutidas e votadas as prioridades de luta para 2024 mas, segundo explicou à agência Lusa um dos porta-vozes da organização, só foi possível apurar, para já, as medidas referentes à paragem da proliferação de novas armas de destruição.

Nessa matéria, as cerca de 70 pessoas que participaram na assembleia votaram por "parar todos os investimentos públicos em combustíveis fósseis, que neste momento são mais de 3,3 milhões de euros todos os dias, segundo o FMI [Fundo Monetário Internacional]", disse Noah Zino.

"Temos também muitas pessoas contra todos os novos projetos que aumentem emissões, isto é, o novo gasoduto que está previsto, a expansão do terminal de gás fóssil, em Sines, e qualquer novo aeroporto. [Exigem também] o fim às emissões de luxo, ou seja, emissões perfeitamente supérfluas de jatos privados", adiantou.

O porta-voz acrescentou que se exige igualmente que os governos e as empresas digam a verdade, uma vez que, atualmente, "mentem com todos os dentes às pessoas sobre a crise climática".

"Dizem que é uma coisa abstrata, para o futuro, e hoje há pessoas que estão a morrer. As grandes instituições internacionais e os cientistas têm um consenso perfeito sobre isto e neste momento estão-nos a mentir e estão-nos a mentir sobre quem são os culpados", criticou.

Eric Hannois juntou-se à manifestação porque o "planeta vai quebrar".

"Se ninguém reagir, vamos todos morrer, não é uma brincadeira", disse, criticando que "ninguém se preocupe realmente e tome as decisões certas".

Já uma ativista da Quercus lamentou ter a sensação que as pessoas não estejam a perceber que estão a viver uma crise climática.

"Estamos em dezembro com esta temperatura, não é normal. Tivemos um verão anormalmente quente, temos o ano mais quente de que há história e parece que as pessoas estão a ser indiferentes a isto, estão adormecidas", apontou Silvia Moutinho.

Sublinhou, por isso, que a Quercus está alinhada com a maioria das reivindicações defendidas pela Climáximo e disse que a associação compreende algumas das formas de luta de maior visibilidade.

Durante a manifestação, que decorreu entre a Praça Duque de Saldanha e a Praça dos Restauradores, com paragem apenas na Praça Marquês de Pombal para a realização da assembleia, os manifestantes exibiram várias faixas e gritaram frases como "Gás é morte, morte ao gás", "Os fósseis estão-nos a matar, já não temos tempo para engonhar" ou "Não o clima, mudar o sistema".

Apesar de a manifestação não ter juntado mais de 70 pessoas, teve direito a ser acompanhada por um dispositivo policial numeroso, com várias dezenas de agentes, alguns das equipas de intervenção rápida da Polícia de Segurança Pública, divididos entre os que acompanhavam a pé, os que seguiam de moto ou ainda os que se faziam transportar nas carrinhas.

Leia Também: Ação da Climáximo junta cerca de 70 pessoas no Marquês de Pombal

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