O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, voltou esta quarta-feira a garantir que não marcou qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento no hospital de Santa Maria, em Lisboa.
"É curioso porque primeiro ouvi falar que teria sido eu a marcar a consulta. Já se chegou à conclusão que, como tenho dito, não marquei qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde. Depois ouvi falar que existiria um e-mail, não me chegou ainda nenhum e-mail", reiterou Lacerda Sales, numa declaração à rádio Antena 1, lamentando ainda as "suposições" em torno deste caso.
Lacerda Sales defendeu ainda que é preciso tudo seja "devidamente esclarecido" e, só depois de "ter acesso a toda a documentação" é que se poderá "pronunciar com exatidão".
Estas declarações foram proferidas na sequência da conclusão da auditoria realizada ao caso das gémeas luso-brasileiras, anunciada hoje por Ana Paula Martins, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, na qual adiantou que a primeira consulta para as irmãs gémeas foi pedida pela secretaria de Estado.
"Todos os casos de doentes com atrofia muscular espinal, entre 2019 e 2023 (recordo que falamos de 10 crianças), na sua admissão, tratamento e monitorização asseguraram o cumprimento da legislação em vigor e das operações em todos o aspetos, exceto na referenciação para a primeira consulta da especialidade de neuropediatria de dois doentes que foram referenciados pela secretaria de Estado da Saúde, segundo registo em dossiê clínico", afirmou Ana Paula Martins, acrescentando que esta consulta foi marcada "via telefone, não tendo sido cumprido o disposto na portaria n.º 147/2017 artigo 8".
Esta marcação de uma primeira consulta no hospital de Santa Maria pela secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras, concluiu a auditoria interna ao caso das gémeas luso-brasileiras ali tratadas.
Entretanto, a CNN Portugal - que teve acesso ao documento da autoria - avança que foi o próprio Lacerda Sales que marcou a consulta das gémeas naquela unidade hospitalar.
O documento está agora nas mãos do Ministério da Saúde e da Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS).
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