O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a comentar, na manhã desta sexta-feira, o caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal, que receberam o medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e cujo caso tem vindo gerar polémica.
O Presidente da República voltou a ilibar-se, afirmando que não fez nada mais do que cumprir com os procedimentos normais. "Esclareci tudo o que havia para esclarecer", disse, acrescentando que considera que ficou provado "que não houve nada que não fosse o respeito da lei".
O chefe de Estado considerou, ainda, que se tratou de um "processo transparente" e que houve, da sua parte, "o tratamento igual do tratamento dado a qualquer cidadão".
Em causa, recorde-se, está o caso duas crianças gémeas residentes no Brasil que, entretanto, adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros.
O assunto está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria, por se suspeitar que pode ter havido favorecimento às duas crianças.
Marcelo Rebelo de Sousa, que já entregou documentação à PGR sobre o assunto e confirmou que o seu filho o contactou sobre a necessidade de tratamento das crianças, negou ter tido qualquer intervenção no processo.
Ucrânia na UE?
Na mesma visita, Marcelo Rebelo de Sousa comentou também a decisão do Conselho Europeu de abrir as negociações formais de adesão à UE com a Ucrânia.
"A Europa é uma realidade que se constrói com avanços e paragens. Neste momento, é evidente que [...] foi tomada uma decisão histórica que é abertura de negociações", disse, admitindo, porém, que existem "sensibilidades diferentes em diversos países quanto à forma como se posicionam", referindo-se à Hungria que já disse não apoiar esta decisão.
"Espero que a unidade prevaleça", afirmou, referindo que é preciso "paz na Europa".
"A Europa tem sido um fator de moderação, dialogo, aproximação [...] Tudo que fortalecer a Europa é fortalecer a paz no mundo", rematou.
[Notícia atualizada às 12h33]
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