Na quinta-feira, a redação do DN, reunida em plenário, para discutir a situação da GMG e o anunciado processo de rescisões, tinha deliberado "solicitar uma reunião urgente ao Conselho de Administração" da GMG "para pedir esclarecimentos sobre a real situação financeira da empresa e apresentar soluções alternativas para a regularização do subsídio de Natal, em incumprimento, uma vez rejeitado o pagamento do mesmo em duodécimos da generalidade da redação".
A reunião terá lugar durante a manhã de segunda-feira.
No plenário foi também deliberado "demonstrar solidariedade com o difícil momento que atravessam os trabalhadores da Global Media, nomeadamente do JN, TSF e O Jogo".
No comunicado lê-se que "a redação discorda da tese de que o DN 'está a salvo' de um imprevisível processo de rescisões" e que "os problemas financeiros assumidos publicamente pelo administrador, bem como a instabilidade em redor do grupo causam apreensão no DN como em qualquer outro título do grupo".
"A redação vinca, por experiência própria, que nunca um emagrecimento desta natureza foi solução para problemas financeiros", antes" pelo contrário, acabou por os agravar e comprometer o futuro".
Aliás, "a dias de fazer 159 anos, o jornalismo de referência e de excelência continua a ser o garante de um DN revitalizado", prossegue.
A redação do DN deliberou também "manifestar total repúdio à afirmação do presidente do 5.º Congresso de Jornalistas, Pedro Coelho, tratando o 'velhinho DN' como um 'jardim que está a ser construído em cima de um cemitério' (JN, TSF e O Jogo)".
Isto porque "esta afirmação parte do pressuposto, profundamente errado, de que o DN é por estes dias um órgão privilegiado - quando na verdade não tem mais do que 17 redatores, número que até já conta com as últimas contratações. Ignora, por outro lado, que o jornal foi alvo de três despedimentos coletivos nos últimos anos, envolvendo dezenas e dezenas de jornalistas", adianta.
"Com esta declaração, o presidente do 5.º Congresso dos Jornalistas não se mostra à altura desta função, acicatando divisões entre jornalistas do grupo Global Media, divisões em que de todo não alinhamos", aponta a redação do DN.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a GMG avançou que iria negociar "com caráter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
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