"Esta cerimónia é também um elogio ao país, e um elogio à solidariedade e à resiliência que os portugueses revelaram nesta adversidade", disse Rui Moreira no seu discurso de atribuição das novas distinções, que decorreu hoje na Casa da Música.
Para Rui Moreira, "não teria sentido esta homenagem durante a pandemia", nem fazer a cerimónia num "tempo de medo", assinalando ainda que decorreu no terceiro aniversário da primeira aplicação de uma vacina contra a Covid-19, ao infecciologista António Sarmento, do Hospital São João, no Porto.
No futuro, Rui Moreira anunciou que o município quer passar a atribuir a distinção Ricardo Jorge "sempre que se justifique".
"Pretendemos, deste modo, reconhecer e valorizar pessoas, individuais e coletivas, que se distingam pelo altruísmo cívico, pelo espírito de missão, e pela capacidade de iniciativa em prol da comunidade e do bem comum", justificou o autarca.
Entre os 63 homenageados na cerimónia de hoje, um dos que tomou a palavra foi o antigo coordenador da 'task-force' de vacinação contra a covid-19, almirante Gouveia e Melo, que além de saudar os profissionais de saúde e o comportamento dos portugueses, vincou o papel dos autarcas durante o processo de vacinação.
"Nós 'franchisámos' o processo aos autarcas. Os autarcas foram verdadeiramente os 'franchisados' deste processo de vacinação. Tomaram em mãos o processo e ajudaram imenso o Serviço Nacional de Saúde e o sistema de saúde a conseguir fazer o processo de vacinação", destacou.
Entre os homenageados figuraram ainda, precisamente António Sarmento, a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 em Portugal, e o médico António Araújo que, na altura da pandemia, presidia à Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.
Também Alexis Tam, que foi o elo de ligação entre o Porto e Shenzen (China) na importação de ventiladores daquele país para o hospital de São João, foi agraciado.
Os distinguidos receberam uma peça de design da autoria de Eduardo Aires, designer responsável pela identidade gráfica do Município do Porto.
O nome do prémio, Ricardo Jorge, é um tributo a um "grande médico" da cidade do Porto que combateu uma peste.
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