O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses revelou, esta quinta-feira, que vai começar a cobrar taxas por retenção de macas a hospitais, uma vez que há ambulâncias a esperar várias horas para conseguir voltar ao ativo.
De acordo com António Nunes, após a primeira hora, será cobrado ao hospital um valor de 50 euros pelas primeiras duas horas, 100 euros pelo segundo bloco de duas horas e 150 pelo terceiro bloco de duas horas. Ou seja, uma maca que fique retida durante seis horas custará ao hospital 300 euros.
"A primeira hora é uma hora que nós consideramos ser da passagem do doente da ambulância para o hospital, a partir daí a responsabilidade é do hospital que tem de ter macas, camas ou cadeiras para receber os doentes [...] O primeiro bloco de duas horas custa 50 euros, o segundo bloco 100 euros, o terceiro 150 euros", explicou o responsável, afirmando que os bombeiros não tiram nenhuma "vantagem financeira disto", estão apenas a "ressarcir as despesas que estão a ter".
A medida foi tomada, segundo António Nunes, perante o agravar da situação, nos últimos 10 dias, "com ambulâncias a esperarem 16h por uma maca". Contudo, já tinha sido falada, "há seis meses", com a direção executiva do SNS, com o ministério da Saúde.
"Esperamos a compreensão e apoio da medida por parte da direção executiva do SNS uma vez que há seis meses tivemos uma reunião com o diretor executivo e já tínhamos colocado a questão da retenção de macas nas urgências e foi consensual - também com o INEM e com o ministério da Saúde - de que esta situação não poderia continuar a existir e que era da responsabilidade dos hospitais", esclareceu, acrescentando que, "todos estavamos de acordo de que esta seria uma das soluções, faltou por resolver quer o montante quer a forma".
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