Os trabalhadores da Global Media estão em greve esta quarta-feira, dia 10. Estão em São Bento, onde têm uma reunião marcada com o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e exigem o pagamento do salário de dezembro e do subsídio de Natal, ambos em atraso.
O protesto, convocado pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.
Os trabalhadores da Global Media Group - que inclui, entre outros, os jornais Jornal de Notícias, Diário de Notícias, O Jogo e a rádio TSF - estão junto à Assembleia da República.
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Note-se que em 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.
"Enquanto a 'comissão executora' contrata dezenas de consultores, assessores e diretores, com vencimentos bem superiores à média no grupo, aumentando os custos da empresa em mais de dois milhões de euros", apontaram os sindicatos, "dizem que a empresa não sobrevive se não despedirem aqueles que o CEO [presidente executivo] não entende 'como conseguem viver com 800 euros por mês'".
Para os trabalhadores, a postura da administração representa o "total desrespeito pelas pessoas que há anos mantêm vivas as várias empresas do grupo, com salários do século passado".
Desta forma, no Porto, os trabalhadores concentram-se a partir das 09h30, junto à atual sede do Jornal de Notícias, e, a partir das 14h00, junto à histórica e simbólica sede do JN, coincidindo este momento com uma hora de solidariedade proposta pelo SJ a todos os jornalistas do país, para "demonstrar a importância do jornalismo na sociedade".
De seguida, os trabalhadores seguem para a praça General Humberto Delgado, onde se vão concentrar em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto.
Já em Lisboa, os trabalhadores concentram-se a partir das 09h00 na escadaria da Assembleia da República, enquanto o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, com a tutela da Comunicação Social, prestava esclarecimentos na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
Após a saída do ministro, jornalistas, técnicos e demais trabalhadores deslocam-se para as Torres de Lisboa para se concentrarem e manifestarem, a partir das 14h00, junto à sede do GMG.
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