O embaixador Francisco Seixas da Costa comentou, na quinta-feira, a situação de conflito no leste europeu, poucas horas depois de a Ucrânia reivindicado o ataque com drones a um depósito de petróleo russo em São Petersburgo, na Rússia.
“Todos nós sabemos, e julgo que já não é mistério para ninguém, que a situação no terreno para a Ucrânia está complicada. Para além disso, os sinais relativamente à capacidade de o mundo acidental fornecer material à Ucrânia também não são os mais positivos para os objetivos da Ucrânia”, começou por sublinhar, em declarações à CNN Portugal.
O comentador notou, no entanto, que, apesar disto, Kyiv “continua a tentar mostrar a sua ação”, algo que fez “durante alguma tempo” e em primeiro lugar na Crimeia. Para além destas tentativas, que “tiveram algum sucesso”, continua a tentar mostrá-lo também em zonas do território russo.
Seixas da Costa defende que estas ações não têm em vista apenas a questão mediática, mas também a de mostrar à própria população russa, “no sentido de dar ideia de que o país que está a ser acossado é capaz de ter alguma ação desestabilizadora ou pelo menos para criar alguma ação desestabilizadora”.
Referiu ainda que estas ações por parte de Kyiv não têm o “efeito prático” que as ações da Rússia na Ucrânia têm, sendo estas “mais gravosas” e com mais consequências, devido ao uso de mísseis.
Seixas da Costa recordou que no início da guerra ataques em território russo eram raramente reivindicados por Kyiv, mas que hoje em dia o “mundo ocidental claramente mudou de posição nesse aspeto relativamente à Ucrânia”.
Questionado sobre se em vez de drones fossem mísseis a cair em território russo, considerou que “o mundo ocidental ainda está preparado para municiar a Ucrânia para ir tão longe quanto a Ucrânia ainda queira”.
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