Madeira. Interrogatório a Custódio Correia recomeçou esta manhã
O interrogatório de Custódio Correia, um dos três detidos no âmbito de um processo de corrupção na Madeira e principal acionista do grupo ligado à construção civil Sociocorreia, recomeçou hoje, pelas 09h45, disse fonte judicial.
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País Corrupção na Madeira
Em declarações aos jornalistas à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, a funcionária judicial avançou que o interrogatório teve início pelas 9h45.
O interrogatório a Custódio Correia teve início na quarta-feira, uma semana depois da detenção dos três suspeitos, somente pelas 19h30, tendo os trabalhos sido interrompidos às 20h.
Além de Custódio Correia, estão detidos o agora ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e Avelino Farinha, do grupo AFA.
À chegada ao tribunal esta manhã, o advogado André Navarro de Noronha, que representa o empresário, disse aos jornalistas esperar que o interrogatório de Custódio Correia terminasse hoje.
"Isto tem o seu tempo, não tem de ser da parte da manhã, esperava sinceramente, atendendo que a matéria não é assim tanta, que durante o dia de hoje terminasse [o interrogatório]", afirmou.
Questionado acerca de quanto tempo durará o interrogatório o advogado respondeu não fazer ideia.
André Navarro de Noronha adiantou também que o seu cliente "irá colaborar com tudo, responder a todas as perguntas que lhe fizerem".
Apesar da greve dos funcionários judiciais às horas extra, os trabalhos hoje no tribunal vão decorrer outra vez até às 20hgraças "à boa vontade" dos funcionários, conforme adiantou aos jornalistas a fonte judicial.
Pedro Calado, que formalizou na segunda-feira a renúncia ao cargo de presidente da maior câmara da Madeira, Custódio Correia e Avelino Farinha foram detidos em 24 de janeiro, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela Polícia Judiciária (PJ) sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente.
A operação também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e oficializou na segunda-feira a renúncia ao cargo, que tinha anunciado na sexta-feira.
De acordo com documentos judiciais a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público refere que o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal Pedro Calado (PSD) e o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, estabeleceram, "ao longo do tempo, uma relação de particular proximidade e confiança" que terá beneficiado aquele grupo empresarial "ao arrepio das regras da livre concorrência e da contratação pública".
Entre os contratos alvo de investigação criminal, de acordo com os documentos judiciais estão a concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na ilha da Madeira, a concessão do Teleférico do Curral das Freiras, o projeto da Praia Formosa e o Funchal Jazz 2022-2023.
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