Em declarações à Lusa, no local, o tenente-coronel Lobo de Carvalho, da GNR, explicou que os agricultores garantiram que a fronteira da Bemposta não vai ser cortada.
"Um encerramento de fronteiras neste contexto eleva em termos policiais a resposta da força que está no território, não é esse o objetivo, pretende-se que passem uma mensagem consolidada sem colocar em causa a tranquilidade, a ordem pública de todos os utentes do território", disse.
Segundo o militar, os agricultores concordaram que "o corte de fronteira está colocado de lado".
Os agricultores queriam entrar no Itinerário Complementar (IC) 5, pelo nó de Mogadouro, mas, segundo contactou a Lusa no local, a GNR demoveu-os dessa intenção, mantendo-se a marcha pela EN 221.
Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que deverá bloquear várias estradas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.
O protesto decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para "se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural".
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