O presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, disse, este sábado, que as eleições legislativas, marcadas para 10 de março, também podem estar em risco - à semelhança do que aconteceu hoje com o jogo entre o Famalicão e o Sporting.
“Temo que se calhar o senhor primeiro-ministro não vai ficar em funções só até ao dia 10 de março. (...) Quem transporta os boletins e urnas de voto são as forças de segurança e, se acontecer nesse dia algo semelhante ao que está a acontecer hoje, as coisas podem ganhar uma dimensão maior”, explicou, em entrevista à SIC Notícias.
O responsável sindical acusou o Executivo de ignorar os problemas destas forças de segurança e apelou ainda tanto ao primeiro-ministro, António Costa, como ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que percebam a dimensão do problema em questão.
“Apelo mesmo ao Governo e ao senhor Presidente da República que se aperceberam dos alertas que os sindicatos têm feito ao longo destes dias e que o Governo não resolve”, referiu.
Estas declarações surgem na sequência do cancelamento do jogo entre o Famalicão e o Sporting, que estava previsto para hoje, às 18 horas. O encontro foi primeiro adiado para as 19 horas, mas depois cancelado. À porta do estádio existiram confrontos que fizeram feridos e fizeram com que várias ambulâncias se deslocassem para o local.
A Direção Nacional da PSP garantiu, em comunicado, que tinha "tudo planeado" para a realização do jogo, mas que antes do evento um "número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica". Perante a situação foram chamados reforços de outras unidades, meios estes que "também vieram a comunicar situações de indisposição, com deslocação para unidades hospitalares".
A Liga prestou esclarecimentos, e exigiu "ao Governo, em especial ao ministro da Administração Interna, a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência, de forma a apurar responsabilidades pelo sucedido, em defesa dos adeptos e das famílias". A Liga informou ainda que exigirá também, nas instâncias próprias, ser ressarcida pelos danos provocados por ações irresponsáveis às quais é totalmente alheia".
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