Da "baixa" aos dois inquéritos. O que aconteceu no Famalicão-Sporting?
O jogo, previsto para as 18 horas de sábado, foi cancelado devido à falta de policiamento da Polícia de Segurança Pública (PSP).
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País Futebol
Para espanto dos adeptos (e não só), o jogo do Famalicão-Sporting, da Primeira Liga de futebol, previsto para as 18 horas de sábado foi cancelado devido à falta de policiamento da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Inicialmente, o jogo acabou por ser adiado uma hora, tendo acabado por chegar mais alguns elementos das forças policiais mas, ainda assim, o número foi insuficiente e o jogo acabou mesmo por não acontecer. No exterior do estádio os ânimos exaltaram-se com múltiplos incidentes e agressões entre adeptos que conduziram a pelo menos seis feridos.
"Número não habitual de polícias em baixa médica"
A Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) viria, mais tarde, a emitir um comunicado no qual esclareceu a situação, dando conta que "tinha planeado e preparado o efetivo policial adequado e necessário para assegurar o normal desenrolar do evento", mas, no entanto, "antes do início do policiamento ao evento, um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica".
De notar que, no mesmo dia, pela manhã, a Plataforma dos Sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Associações da Guarda Nacional Republicana (GNR) já tinham alertado que existe uma "falta de disponibilidade" do primeiro-ministro para reunir, havendo "necessidade de alargar e amplificar os motivos" do "descontentamento".
Administração Interna abriu dois inquéritos
Na sequência do cancelamento do jogo devido à falta de policiamento, o Ministério da Administração Interna (MAI) determinou a abertura de um "inquérito urgente". Em comunicado, o MAI explicou que o inquérito solicitado à Inspeção Geral da Administração Interna irá incidir "em especial" sobre as "generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por polícias", que terão levado à falta de efetivos para o policiamento do encontro.
Para além da abertura deste inquérito, a pasta tutelada por José Luís Carneiro convocou o diretor nacional da PSP e o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana para uma reunião, que decorrerá no domingo, 4 de fevereiro, pelas 9 horas.
O MAI decidiu, também, abrir um inquérito "a respeito de declarações de um responsável sindical relativas à atividade da PSP no contexto dos próximos atos eleitorais, nomeadamente a possibilidade de estar em causa o transporte de urnas de votos".
Sporting reagiu (e ainda não há nova data para o jogo)
Em nota oficial divulgada divulgada nas redes sociais, os leões agradeceram aos adeptos que se deslocaram ao Minho - que acabaram por não assistir à partida. "A nova data para o encontro está ainda por definir. Obrigado a todos os Sportinguistas que se deslocaram para nos apoiar. Lado a lado", concluíram.
O jogo da I Liga de futebol entre Famalicão e Sporting, adiado devido à falta de policiamento no estádio dos minhotos, terá de ser realizado dentro das próximas quatro semanas, de acordo com o Regulamento de Competições.
Eleições em risco?
O presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, alertou ainda que as eleições Legislativas, marcadas para 10 de março, também podem estar em risco - à semelhança do que aconteceu com o jogo entre o Famalicão e o Sporting.
"Temo que se calhar o senhor primeiro-ministro não vai ficar em funções só até ao dia 10 de março. (...) Quem transporta os boletins e urnas de voto são as forças de segurança e, se acontecer nesse dia algo semelhante ao que está a acontecer hoje, as coisas podem ganhar uma dimensão maior", explicou, em entrevista à SIC Notícias.
O responsável sindical acusou o Executivo de ignorar os problemas destas forças de segurança e apelou ainda tanto ao primeiro-ministro, António Costa, como ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que percebam a dimensão do problema em questão.
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