Requerentes de asilo retirados das Caldas passaram noite na AIMA

Os 31 cidadãos requerentes de proteção internacional que se encontravam nas Caldas da Rainha já foram reencaminhados pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), confirmaram refugiados.

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Lusa
17/02/2024 19:51 ‧ 17/02/2024 por Lusa

País

Caldas da Rainha

Os 31 homens foram transportados "cerca das 22h00 de sexta-feira para as instalações da AIMA", em Lisboa, onde, segundo um dos elementos do grupo, "todos passaram a noite".

O grupo de 31 cidadãos tinha sido instalado pela AIMA no Hotel Cristal, nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, mas a reserva, efetuada através de uma agência de viagens, terminou na quinta-feira, data em que, segundo a unidade hoteleira, deveriam ter sido encaminhados por aquele organismo.

Depois de aguardarem durante todo o dia de quinta-feira, sem solução por parte da AIMA, os homens acabaram por dormir na receção do hotel, e por se manter durante todo o dia de sexta-feira à porta daquela unidade, aguardando um autocarro que acabou por só chegar depois das 22h00.

A agência Lusa questionou a AIMA sobre a solução de realojamento encontrada para os requerentes de asilo retirados das Caldas da Rainha, assim como o número de pedidos já aprovados e recusados, mas ainda aguarda resposta.

Dos 31 homens "vários receberam hoje a resposta de que o pedido de asilo foi negado, e alguns ainda não receberam resposta", disse à Lusa um angolano, cujo pedido foi recusado.

O homem de 27 anos, que diz não poder regressar ao seu país alegando ser vítima de "perseguição", tem agora "um mês para arranjar trabalho para poder legalizar a situação em Portugal", explicou.

Do grupo retirado das Caldas da Rainha, um tunisino (de 27 anos) e um paquistanês (de 44 anos) foram informados de que terão "que esperar pelo menos mais um mês para saber se o pedido é aprovado ou recusado".

Nestes dois casos a AIMA continua a assegurar alojamento, tendo ambos sido "instalados num hotel em Santa Maria da Feira, com mais 12 pessoas", disseram à Lusa, esclarecendo que, excluindo os próprios, "nenhum dos outros veio das Caldas da Rainha".

Numa reposta enviada por correio eletrónico, na sexta-feira, a AIMA esclareceu que o alojamento em unidades hoteleiras foi usado para responder à necessidade de acolhimento urgente de requerentes de proteção internacional, "em virtude da saturação súbita das unidades de acolhimento, designadamente das do Conselho Português para os Refugiados (CPR)".

Segundo este organismo, desde 29 de outubro de 2023 até à data de sexta-feira, entraram 1.622 pedidos de proteção internacional (803 dos quais em 2024). Durante todo o ano de 2021 entraram 1.537. Em 2022, entraram 1.992. E, em 2023, entraram 2.701.

"Foram adotadas medidas urgentes para fazer face ao crescimento súbito do número de pedidos, nomeadamente assentes na profunda simplificação de procedimentos e no aumento dos recursos humanos afetos a esta área", explicou a AIMA, concluindo que, "em virtude das alterações introduzidas, espera-se que a normalização do tratamento dos pedidos ocorra até ao final deste mês, incluindo no que respeita à componente do acolhimento."

Leia Também: Caldas da Rainha. Requerentes de asilo em risco de dormir na rua

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