A família de Avelina Ferreira, a idosa encontrada morta junto ao Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, após dois meses desaparecida, prometeu continuar a "lutar" para que casos semelhantes não voltem a acontecer, sobretudo em relação à petição que querem levar ao Parlamento sobre "melhorar a prevenção e a resposta ao desaparecimento de pessoas com demência".
A idosa de 73 anos, recorde-se, desapareceu a 12 de dezembro, após ter fugido do Hospital São Francisco Xavier. Na altura, a família revelou que Avelina Ferreira estava "desorientada" e sofria de "demência", tendo desaparecido depois de ter entrado sozinha nas urgências do Hospital, uma vez que o marido foi impedido de a acompanhar. O corpo viria a ser encontrado mais de dois meses depois, na segunda-feira, em elevado estado de decomposição.
Nas redes sociais, a família confirmou que o corpo pertencia a Avelina Ferreira, afirmando que "a dor é enorme, mas foi o fecho" de que precisavam.
"Infelizmente, a nossa Avelina não voltará a casa, mas as nossas assinaturas não serão em vão. Vamos lutar para que não haja mais Avelinas e levar a petição ao Parlamento", lê-se num comunicado publicado nas redes sociais.
A petição em causa conta já com mais 8.400 assinaturas e sugere "um conjunto de ações concretas a implementar" pelas autoridades públicas, "com vista a melhorar significativamente as deficiências existentes" no apoio às pessoas com demência.
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Sublinhe-se que, no dia do desaparecimento, o marido esteve sete horas à espera do lado de fora das urgências, até descobrir que Avelina tinha desaparecido sem que ninguém tivesse dado conta. A família culpou o hospital por ter impedido que o marido acompanhasse Avelina Ferreira no serviço de urgência, tendo sido obrigado a aguardar na sala de espera.
A CNN Portugal deu conta que o cadáver tinha uma pulseira amarela no pulso. À data do desaparecimento, a família revelou nas redes sociais que Avelina podia ter "a aliança de casamento tradicional na mão esquerda e uma pulseira amarela do hospital".
Ao Notícias ao Minuto, na altura do desaparecimento, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, confirmou "a entrada da utente Sr.ª Avelina Ferreira, no dia 12-12-2023, e saída da mesma pelo seu próprio pé no mesmo dia, enquanto aguardava observação médica".
"Após confirmação pelo familiar que a acompanhava, do seu desaparecimento, foram feitos os procedimentos habituais nestes casos, visualização das imagens de câmaras no exterior do hospital e identificação da saída pelo seu próprio pé, do hospital pelas 18 horas, reporte ao posto local de PSP e averiguação em todas as instalações do próprio hospital pelos profissionais no sentido de despistar possível entrada não identificada por outra porta", acrescentou ainda.
Além da petição, os familiares da vítima convocaram uma vigília silenciosa em frente à Assembleia da República, em Lisboa.
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