A Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) confirmou, esta quinta-feira, a abertura de um inquérito ao caso de Avelina Ferreira, a idosa com Alzheimer que foi encontrada morta dois meses após desaparecer pelo próprio pé do Hospital de São Francisco Xavier.
"Por despacho de 27 de fevereiro de 2024, do InspetorGeral da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), foi instaurado um processo de esclarecimento às circunstâncias em que ocorreu o desaparecimento, no dia 12 de dezembro de 2023, de uma idosa após sair do Hospital de São Francisco Xavier", pode ler-se numa resposta enviada ao Notícias ao Minuto.
A nota esclarece ainda que a intervenção da IGAS neste processo, "para além da investigação sobre o caso concreto", procura "avaliar o risco de abandono das instalações do estabelecimento de saúde, designadamente do serviço de urgência, por doentes que apresentem vulnerabilidades que possam induzir esse comportamento".
Avelina Ferreira, 73 anos, com Alzheimer, desapareceu em 12 de dezembro do ano passado, depois de ter entrado sozinha nas urgências do Hospital, uma vez que o marido foi impedido de a acompanhar. O marido esteve sete horas à espera do lado de fora das urgências, até descobrir que Avelina tinha desaparecido sem que ninguém tivesse dado conta.
A família culpou o hospital por ter impedido que o marido acompanhasse Avelina Ferreira no serviço de urgência, tendo sido obrigado a aguardar na sala de espera e em janeiro lançou uma petição a pedir mecanismos que previnam o desaparecimento de pessoas com demência.
A petição ultrapassa já as 9 mil assinaturas, valor superior ao necessário para ser apreciada em Plenário da Assembleia.
Foi ainda apresentada, pela família, uma queixa-crime contra incertos, a fim de apurar responsabilidades.
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