A proposta, apresentada pelo BE na reunião privada do executivo, debruçava-se sobretudo na melhoria da mobilidade e das condições de trabalho dos motoristas da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
Além da promoção do diálogo e de um ciclo de debates sobre a mobilidade na cidade, o BE pretendia que fosse implementado o acesso gratuito aos transportes da Área Metropolitana do Porto para os motoristas da STCP, mas que também fossem criadas casas de banho e postos de utilização para estes profissionais.
A votação da proposta foi dividida por pontos, sendo que tanto o acesso gratuito aos transportes, como a criação de casas de banho foram rejeitadas. Apenas a promoção de um ciclo de debates foi aprovada, com a abstenção do PS e o voto favorável das restantes forças políticas.
À margem da reunião, o vereador Sérgio Aires, do BE, destacou que a proposta "refletia a preocupação demonstrada pelos trabalhadores" relativamente aos passes intermodais.
"A proposta foi rejeitada basicamente com o argumento financeiro de que teria um custo de mais de 600 mil euros e, depois, porque haveria uma exceção e abrir uma caixa de Pandora", esclareceu.
Sérgio Aires considerou o argumento financeiro uma "desculpa muito esfarrapada", defendendo que "600 mil euros dá o município tranquilamente para vários eventos".
"Parece-me que esse argumento não faz sentido", referiu, considerando que esta é "uma questão política" e que relativamente à criação de casas de banho foi garantido pela entidade patronal que esses equipamentos já existem.
"Claramente não havia vontade política para resolver este problema, vamos ver, enfim, os trabalhadores seguramente continuarão insatisfeitos porque não estamos a inventar nenhum problema, trouxemos uma questão que nos foi levantada pelos trabalhadores", acrescentou.
Já quanto à promoção do ciclo de debates, Sérgio Aires defendeu que o mesmo deverá expor "diferentes formas de mobilidade e de a concretizar".
Na reunião foi também aprovado, com a abstenção do BE e da CDU, a aquisição de serviços para a manutenção do sistema de gestão das Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC).
De acordo com a proposta, o município pretende investir 1,8 milhões de euros para garantir a manutenção destas zonas, assim como expandir a rede, estando previstas mais 10 novas zonas.
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