"Homem de luta". Mortágua lamenta morte de António-Pedro Vasconcelos

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, lamentou hoje a morte do realizador António-Pedro Vasconcelos, recordando um "homem de luta e determinação" na defesa do país e com que partilhou o movimento contra a privatização da TAP.

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Lusa
06/03/2024 12:40 ‧ 06/03/2024 por Lusa

Política

Óbito/António-Pedro Vasconcelos

À margem de uma visita à Feira de Famalicão, distrito de Braga, Mariana Mortágua foi questionada sobre a morte de António-Pedro Vasconcelos, os 84 anos, começando por deixar um "lamento profundo" e um abraço à família e amigos à família.

"Partilhei com o António Pedro Vasconcelos um movimento importante contra a privatização da TAP. Tive o prazer e o privilégio de poder trabalhar o lado do António-Pedro e de muitos outros que se juntaram nesse movimento", recordou.

A líder do BE disse guardar "com muito carinho a determinação que sempre teve não só na luta pela cultura, mas também na luta pelo país e como quis proteger os bens comuns de todos e os bens estratégicos" da economia e da sociedade.

"Essa é a mensagem que quero deixar, de um homem de luta e que até ao fim, até estes últimos anos, sempre se quis mobilizar para defender o país e é assim que o recordo", elogiou.

Em comunicado, a família de António-Pedro Vasconcelos informa que o realizar morreu esta noite, "a poucos dias de completar 85 anos de uma vida maravilhosa".

Nascido em Leiria em 10 de março de 1939, António-Pedro Vasconcelos foi realizador, produtor, crítico e professor, tendo fundado o Centro Português de Cinema, como indica a biografia patente na Academia Portuguesa de Cinema.

A par do cinema, tendo assinado vários êxitos de bilheteira, como "A Bela e o Paparazzo" (2010), António-Pedro Vasconcelos também foi crítico de literatura e cinema, cronista e comentador televisivo, "com forte intervenção cívica", como escreveu José Jorge Letria no livro de entrevista com o realizador, "Um cineasta condenado a ser livre" (2016).

Um dos campos de intervenção foi a Associação Peço a Palavra, que se bateu publicamente contra a privatização da TAP.

"Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que o nosso A-PV, que tanto lutou para que todos fôssemos mais justos, mais corretos, mais conscientes, sempre tão sérios e dignos como ele, será sempre um Imortal", escreveu a família em comunicado.

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