Natural do Porto, 50 anos, Pedro Duarte é atualmente quadro da Microsoft e, quando Luís Montenegro venceu a liderança do PSD no verão de 2022, torna-se coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CEN), depois de alguns anos afastado da primeira linha da atividade política para se centrar na vida profissional e académica.
O CEN é um órgão consultivo dinamizado pelo anterior presidente do PSD, Rui Rio, mas a que dá uma nova forma e que teve a seu cargo as bases do programa eleitoral da Aliança Democrática.
Licenciado em Direito, pela Universidade Católica Portuguesa, Pedro Duarte doutorou-se em Estudos de Desenvolvimento (ISEG, Universidade de Lisboa), com Mestrado em Economia Internacional e Estudos Europeus.
Liderou a Juventude Social-Democrata entre 1998 e 2022, foi deputado entre 1999 e 2011 (chegou a "vice" da bancada), membro da Assembleia Parlamentar da NATO e secretário de Estado da Juventude no XVI Governo Constitucional, liderado por Pedro Santana Lopes.
Foi ainda diretor nacional da primeira campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, em 2016.
É presidente da Assembleia-Geral da ASSOFT (Associação Portuguesa de Software), membro da Direção da Câmara de Comércio Americana em Portugal e, desde janeiro de 2018, preside ao Conselho Estratégico da Economia Digital da CIP.
Em 2019, lançou uma plataforma cívica intitulada Manifesto X - que apresentava como primeira meta para Portugal o aumento do índice de felicidade dos portugueses e apenas como décima a redução da dívida pública -- e contou na apresentação com Luís Montenegro, de quem sempre foi muito próximo.
Em dezembro do ano passado, lançou o livro "Troika Nunca Mais -- Lições de uma crise (10 anos depois)", que juntou na apresentação o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa, o antigo 'chairman' da TAP Miguel Frasquilho, o antigo presidente da EDP António Mexia e o ex-líder do PSD Marques Mendes.
Na altura, trocaram elogios, com o comentador televisivo a considerar Pedro Duarte "um dos melhores políticos da sua geração", apontando-lhe "a coragem de ser moderado, ter pensamento próprio e estruturado", e com quem disse partilhar "o vício bom" da política.
"É pena que não esteja há vários anos na vida política ativa. A política faz-se com políticos, se não estiverem os bons estão os menos bons", disse então Marques Mendes, num apelo que parece ter surtido efeito.
O dirigente social-democrata deixou também elogios a Mendes, que disse ver como "uma inspiração" no passado, "uma referência" no presente e "uma esperança" para o futuro.
"Não preciso de dizer mais nada, para bom entendedor meia palavra basta", disse, num repto que não teve resposta por parte do atual comentador televisivo, que, em agosto, já admitiu poder ser candidato a Presidente da República.
Pedro Duarte sucederá no cargo a Ana Catarina Mendes, mas com um cenário parlamentar bem mais fragmentado, já que o PSD conta com o mesmo número de deputados do PS -- ambos têm 78 -- e o Chega ascendeu aos 50, o que já complicou bastante a eleição do social-democrata Aguiar-Branco como presidente da Assembleia da República.
Só com os dois deputados do CDS-PP, conseguidos pela coligação pré-eleitoral AD, é possível uma curta maioria eleitoral ao PSD que será testada diariamente no parlamento, onde nem contando com a IL (com oito deputados) este bloco consegue superar aritmeticamente a oposição à esquerda, com 91 deputados (sem contar com a deputada única do PAN).
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