"A Madeira foi das regiões do país que mais se rebelou contra a ditadura e isso merece ser salientado", afirmou, durante a cerimónia comemorativa da "Revolta da Madeira", efeméride que lembra um levantamento militar contra o governo da Ditadura Nacional (1926-1933), que teve início na madrugada de 04 de abril de 1931.
A cerimónia decorreu junto ao Monumento à Revolta da Madeira, no Funchal, e contou com a presença de várias entidades, entre as quais o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
"Este ano, o 04 de abril de 1931 ganha outra importância porque estamos a assinalar os 50 anos do 25 de Abril e também da conquista da autonomia, que é filha da democracia e do 25 de Abril", disse o presidente da Assembleia Legislativa, realçando que a Revolta da Madeira foi sobretudo uma "revolta a favor da democracia".
Também conhecida por Revolta das Ilhas ou Revolta dos Deportados, o movimento foi conduzido por exilados políticos na região e contou com grande apoio popular.
Na Madeira, dois meses antes já havia ocorrido a denominada Revolta da Farinha contra medidas económicas e financeiras, nomeadamente um decreto de António Salazar que determinava a centralização estadual do trigo e cereais.
Mas, Salazar enviou um contingente militar e naval para a ilha, pondo fim a estes intentos revoltosos.
"Esta revolta teve uma grande adesão popular, por parte dos madeirenses, evidenciando assim a necessidade de conquista de mais autonomia. Foi um passo decisivo para a conquista da Autonomia, que veio em 1976, com a consagração constitucional do princípio da emancipação política da Madeira e dos Açores", disse José Manuel Rodrigues.
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